MEIO AMBIENTE

Mutirão atuará na limpeza de rios em Belém

Voluntários se reunirão neste dia 21 para participarem da limpeza dos rios Tucunduba e Guamá, em Belém

Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias é realizado anualmente em vários países. Em Belém, dois rios serão contemplados. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias é realizado anualmente em vários países. Em Belém, dois rios serão contemplados. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Neste dia 21, o estado do Pará participará da edição do International Coastal Cleanup (ICC), conhecido como o Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias. Este evento é a maior iniciativa global que reúne voluntários para a limpeza e proteção de rios e praias, integrando um programa de educação ambiental que engaja milhares de pessoas ao redor do mundo, sendo realizado em mais de 150 países.

O mutirão de limpeza está programado para ocorrer nos rios Tucunduba e Guamá, na cidade de Belém. A remoção do lixo será realizada por voluntários. Esta iniciativa é promovida pela Ocean Conservancy e Composta Belém, contando com o apoio da L’Oréal para o Futuro e Garnier, bem como parcerias nacionais da MarshMcLennan e RKBC Turismo, e colaborações locais como a Comunidade do Céu, Vivência Mironga, E-Marajó, Madson Embaixador, Laboratório de Pesquisa em Monitoramento Marinho da UFPA, Ozone Conexão Natureza, Observatório da Costa Amazônica e Greenpeace Belém.

“O objetivo das atividades realizadas pela Composta Belém é apresentar tecnologias, práticas e conceitos sustentáveis, além de educar uma nova geração sobre a relevância da reciclagem e da proteção ambiental”, explica a Ceo da Composta Belém, Samantha Chaar.

“Além da questão do lixo em Belém, é fundamental que também nos preocupemos com a limpeza de nossos rios. O propósito dessa ação é destacar o potencial das empresas participantes do projeto, visando incentivar o empreendedorismo sustentável e aumentar a conscientização ambiental. Ao unir recursos e saberes em prol dos nossos rios, fica evidente como as empresas envolvidas nesta iniciativa podem se tornar agentes de transformação, contribuindo de maneira relevante para o combate à poluição”, explica Samantha Chaar.

CATALOGAÇÃO

Todo o resíduo recolhido pelos voluntários passará por um processo de catalogação, pesagem e fotografia antes de ser direcionado ao seu destino final. Assim que esses dados forem compilados, eles serão enviados ao Centro de Conservação dos Oceanos (Ocean Conservancy) para que sejam realizadas análises estatísticas, que por sua vez serão encaminhadas à ONU, que coordena a Comissão Intergovernamental Oceanográfica (IOC). Os resultados globais dessas análises são fundamentais para que a IOC consiga persuadir os países a se tornarem signatários do “Marpol Treaty”, um tratado internacional voltado para o controle da poluição nos oceanos.

“Todos os anos, celebramos o Dia Mundial de Limpeza de Rios, Praias e Oceanos, pois fazemos parte do curso de Oceanografia e, como cidadãos, carregamos uma grande responsabilidade ambiental, que vai além da vida universitária”, comenta a professora Sury Monteiro, vice-diretora da Faculdade de Oceanografia da UFPA, que faz parte do laboratório de pesquisa em monitoramento marinho da instituição.

“Em 2021, notamos um aumento significativo de resíduos sólidos sendo levados pelos rios, especialmente aqueles provenientes de serviços de delivery, como embalagens de poliestireno, o famoso isopor, que triplicaram por causa das circunstâncias pandêmicas. Antes disso, já havíamos realizado estudos em 2019 e 2020, que revelaram que os rios urbanos de Belém transportam mais de três toneladas de resíduos plásticos anualmente. Em particular, o rio Tucunduba é responsável por transportar até seis toneladas de plástico apenas na superfície, sem contar com os materiais que ficam acumulados nas margens devido à vegetação”, acrescenta.

A professora ressaltou que, considerando a alarmante realidade da poluição de rios e oceanos, foram iniciadas várias iniciativas para envolver a população. “Nesse cenário, aproveitamos as datas comemorativas como oportunidade para incentivar a comunidade a se engajar e buscar soluções. O problema é amplamente reconhecido, e a simples crítica não basta; é essencial que adotemos ações concretas, tanto no âmbito individual quanto coletivo”, declarou Sury Monteiro.