A viagem de Oeiras do Pará – município entre a zona da ilha do Marajó e o Tocantins – até a capital, Belém, tinha como destino final à maternidade da Fundação Santa Casa de Misericórdia. A dona de casa Juscenilda Maia, 20 anos, acabara de entrar no 9º mês de gestação e tinha uma consulta agenda para a segunda-feira (24). Ela seria avaliada por uma obstetra porque vinha perdendo líquido, mas o bebê não esperou à chegada ao hospital.
Durante a viagem na balsa, que dura cerca de 16 horas, Juscenilda sentiu dor e deu à luz ao segundo filho: Gael, dentro do barco. O menino nasceu bem, pesando 2.300 quilos e medindo 48 centímetros.
“A ideia era tentar parar em Barcarena, mas não deu tempo. Na madrugada de segunda, por volta das 2h, ele queria nascer. Sorte que na mesma embarcação tinha uma outra grávida sendo acompanhada por um profissional de saúde e ele, junto com uma amiga minha, acabou me ajudando a ter o bebê”, relembra a mãe. Eles saíram do município de origem, às 16h, do domingo.
Assim que chegaram a Belém, no Porto do Açaí, Juscenilda e o filho foram levados pela sogra até o Hospital Regional Abelardo Santos (HRAS), em Icoaraci, onde receberam toda a assistência necessária.
“Assim que chegaram aqui, foram acolhidos e atendidos pela nossa equipe que os avaliou. Ficaram em observação, a mãe recebeu orientações sobre os cuidados, alimentação, amamentação”, explica Aline Guedes, enfermeira obstétrica que cuidou da família.
Dois dias depois do nascimento, Gael e a mamãe tiveram alta e hoje retornam para casa.
Juscenilda, que já é mãe de uma menina de 1 ano e 3 meses, agora se sente completa e feliz de ter tido um final feliz e uma boa história para contar. “Lembro do meu desespero, mas esse parto ficou bem marcado pra fim, afinal de contas meu filho nasceu no meio do rio, na balsa”, ri, ao mesmo tempo em que se recorda emocionada.
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