Pará

MP cobra redução de resíduos enviados ao Aterro de Marituba

MP cobra redução de resíduos enviados ao Aterro de Marituba MP cobra redução de resíduos enviados ao Aterro de Marituba MP cobra redução de resíduos enviados ao Aterro de Marituba MP cobra redução de resíduos enviados ao Aterro de Marituba
 Foto: Irene Almeida
 Foto: Irene Almeida

Nesta quarta-feira, 13, o Ministério Público do Estado do Pará, por meio da 5ª Promotoria de Justiça de Marituba, ajuizou Ação Civil Pública em face do Município de Belém pleiteando a imposição de obrigação de redução do montante de resíduos sólidos remetidos ao Aterro Sanitário de Marituba.

A ação pleiteou, ainda, a condenação do referido ente público ao pagamento de indenização pelo dano moral coletivo sofrido pela população e o meio ambiente de Marituba, em decorrência da recepção de resíduos sólidos em quantidade superior ao que deveria ser remetido.

Na ação, o Ministério Público argumenta que o Município de Belém não tem dado cumprimento às obrigações previstas na Política Nacional de Resíduos Sólidos, especialmente aquelas do art. 19, atinentes à redução, reutilização, realização de coleta seletiva e reciclagem de resíduos, de modo que, conforme os dados levantados, apenas 2%, aproximadamente, dos resíduos domiciliares são destinados para reciclagem, quando parcela expressiva de tais resíduos seria composta por recicláveis secos e por materiais orgânicos, que poderiam ser objeto de compostagem.

“Assim, não sendo devidamente observada a cadeia de gestão de resíduos sólidos, concluiu-se que o Município de Belém tem enviado montante muito superior de rejeitos ao Aterro Sanitário do que seria devido, de modo que, desde o início da operação do empreendimento, Belém remete diariamente cerca de 1000 toneladas de resíduos ao empreendimento, não se verificando redução dessa média ao longo do tempo”, argumenta o MP.

Segundo a ação, o Município de Belém contribui com cerca de 70% do quantitativo total de resíduos remetidos ao Aterro Sanitário de Marituba, registrando-se que apenas 1,33 a 2% dos resíduos domiciliares gerados são destinados à reciclagem, ainda que exista potencial bem maior, uma vez que 32% dos materiais presentes nos resíduos domiciliares sejam recicláveis secos e cerca de 46% sejam orgânicos biodegradáveis, portanto passíveis de compostagem.

Assim, segundo a Promotoria de Marituba, o Município de Belém deve ser responsabilizado pelos impactos que a população e o meio ambiente de Marituba vêm experimentando desde 2015, haja vista a conduta omissiva ilícita relativa à ineficiência da sua política de gestão de resíduos sólidos.

HISTÓRICO

Há duas semanas,  Prefeitura de Belém, por meio da Procuradoria-Geral do Município (PGM), pediu ao Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA) para que as operações do Aterro de Marituba — que recebe e processa toneladas de lixo das cidades de Belém, Ananindeua e Marituba diariamente — sejam mantidas por mais 15 meses.

O pedido foi acatado e a operação do Aterro de Marituba continuará até o dia 28 de fevereiro de 2025.