Segundo o portal O Estado Net, a Promotoria de Justiça de Juruti instaurou um inquérito civil para apurar suposta degradação ambiental causada pelo uso de explosivos pela mineradora Alcoa World Alumina Brasil Ltda. na região da Costa do Parú e da Costa do Boto, no oeste do Pará. A investigação também mira eventuais responsabilidades do município de Juruti.
Moradores relatam que, nos últimos sete anos, mais de 1,5 km de terra desapareceram nas margens do Rio Amazonas, fenômeno conhecido como “terras caídas”. Segundo denúncias, os problemas começaram após explosivos serem lançados no leito do rio para abrir canais de navegação para embarcações da mineradora.
O impacto ambiental é visível: sedimentos movimentados pela drenagem chegam às comunidades, contaminando a única fonte de água potável que abastece mais de 100 famílias. Além disso, acredita-se que parte desses sedimentos contribua para o assoreamento do rio, alterando o curso da água, formando longas faixas de praias e intensificando a erosão das margens.
As consequências para a população são graves: casas correm risco de desmoronamento, propriedades rurais foram destruídas e a água tornou-se imprópria para consumo humano. Especialistas e moradores apontam que a ação humana, somada à força da correnteza do Amazonas e de seus afluentes, acelera a degradação ambiental de forma irreversível.
O Ministério Público, por meio do promotor Antonio Moreno Boregas e Rego, reforça a necessidade de preservar o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, previsto no artigo 225 da Constituição Federal, garantindo segurança, saúde e qualidade de vida para as presentes e futuras gerações.
As comunidades da Costa do Parú e da Costa do Boto permanecem em alerta, enquanto a investigação busca responsabilizar os envolvidos e frear os danos ambientais que ameaçam a sobrevivência de famílias inteiras. A reportagem do O Estado Net tenta contato com a Alcoa para esclarecimentos, e o texto será atualizado assim que a mineradora se manifestar.