A famosa praia do Atalaia, em Salinópolis, a cerca de 200 km de Belém, continua sendo um dos destinos mais procurados por paraenses durante o verão. Conhecida por permitir o acesso de veículos à faixa de areia, a cidade atrai centenas de visitantes nos fins de semana. No entanto, o lazer também vem acompanhado de riscos — especialmente relacionados à direção sob efeito de álcool.
Diante do histórico de acidentes envolvendo motoristas embriagados, o Detran do Pará (Detran-PA) intensificou a Operação Lei Seca na Rodovia PA-444, utilizando bafômetros, drones e câmeras para monitorar e coibir infrações.
Nos dias 2 e 3 de agosto, uma prática ilegal foi flagrada durante a fiscalização: motoristas utilizando os chamados “coiotes“, pessoas contratadas para dirigir os veículos até passarem pela barreira e, em seguida, devolverem o volante ao verdadeiro condutor — muitas vezes embriagado.
Graças ao uso de drones e monitoramento discreto, as equipes do Detran conseguiram identificar essas trocas de condutores ainda na rodovia. Os motoristas foram interceptados mais adiante e submetidos ao teste do etilômetro. Vários foram autuados por alcoolemia, e alguns casos foram encaminhados à delegacia por crime de trânsito.
Segundo a diretora-geral do Detran-PA, Renata Coelho, a ação visa preservar vidas.
“A Lei Seca salva vidas. Tentar burlar a fiscalização é irresponsável e criminoso. Estamos preparados e equipados para garantir a segurança no trânsito”, afirmou.
Durante a operação, uma motorista flagrada no esquema foi submetida ao teste e apresentou 0,68 mg/l de álcool, valor que configura crime de trânsito. Ela foi conduzida à delegacia e presa. O veículo foi liberado apenas após um condutor habilitado, que não havia ingerido álcool, se apresentar.
O coordenador de fiscalização, Ivan Feitosa, explicou que os chamados “coiotes” recebiam pagamento para atravessar os veículos pelas barreiras.
“Flagramos casos em que os atravessadores saíam dos veículos após a fiscalização e entravam em outro carro, aparentemente para receber o valor combinado”, relatou.
No total, mais de 30 motoristas foram autuados por infrações relacionadas à troca ilegal de condutor e direção sob efeito de álcool durante a Operação Verão.
Além da multa de R$ 2.934,70, os motoristas flagrados podem ter a CNH suspensa por até 12 meses e responder criminalmente, com pena de seis meses a três anos de detenção.
“As operações seguirão firmes nos principais acessos aos balneários. A orientação continua sendo clara: se beber, não dirija. A vida vale mais”, reforçou Ivan Feitosa.