Morre Dom Azcona, bispo emérito do Marajó

Na manhã desta quarta-feira, 20 de novembro de 2024, faleceu, aos 84 anos, o Bispo Emérito do Marajó, Dom José Luís Azcona Hermoso, após não resistir a um câncer no pâncreas diagnosticado em julho deste ano. O falecimento foi confirmado pelo Bispo da Prelazia do Marajó, Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira. Dom Azcona estava internado no Hospital Porto Dias, em Belém, onde recebeu cuidados paliativos nos últimos dias.

Comunicado Oficial da Prelazia do Marajó

A Prelazia do Marajó expressou seu pesar pela partida de Dom Azcona, destacando sua vida de serviço e ministério. Em nota oficial, a Prelazia afirmou: “Nesse momento, nossa Prelazia do Marajó enlutada louva a Deus pela vida e ministério de nosso Bispo Emérito e pede ao Senhor Bom Pastor que o acolha em sua misericórdia e lhe conceda o descanso eterno.”

As informações sobre as exéquias e a chegada do corpo a Soure serão divulgadas em breve.

Tratamento e Luta Contra o Câncer

Dom Azcona vinha lutando contra um câncer no pâncreas desde julho de 2024. Após uma cirurgia inicial, sua saúde evoluiu positivamente, mas, nas últimas semanas, seu quadro se agravou com complicações como obstrução intestinal maligna irreversível e acúmulo de líquido no abdômen. Os médicos recomendaram a transição para cuidados paliativos, com o foco em melhorar a qualidade de vida e aliviar os sintomas. A decisão foi tomada de forma consensual entre a equipe médica e os responsáveis pelo religioso, respeitando sua vontade.

A História de Dom José Luís Azcona Hermoso: Fé e Luta pelo Marajó

Dom José Luís Azcona nasceu em 28 de março de 1940, em Pamplona, na Espanha. Desde jovem, manifestou sua vocação religiosa, ingressando no seminário aos 10 anos. Após completar seus estudos em Filosofia e Teologia na Espanha e em Roma, foi ordenado sacerdote em 1963. Atuou como capelão na Alemanha e professor de Teologia na Espanha antes de se dedicar à missão religiosa no Brasil, mais especificamente no Arquipélago do Marajó, onde chegou em 1985.

Em 1987, foi nomeado bispo da Prelazia do Marajó pelo Papa João Paulo II, sendo ordenado bispo em abril daquele ano. Dom Azcona dedicou-se à defesa dos menos favorecidos da região e à denúncia de casos de violência, incluindo tráfico humano e abuso infantil. Sua luta pela justiça e pelos direitos humanos o tornou uma figura respeitada e admirada. Durante sua missão, chegou a ser ameaçado de morte por suas denúncias, mas sempre afirmou que morrer pelo Evangelho seria uma “saída alegre e plenificante” de sua vida religiosa e episcopal.