Alexandre Nascimento
A Catedral Metropolitana de Belém testemunhou, ontem à noite, uma das cenas mais simbólicas da Semana Santa, onde o arcebispo Dom Alberto Taveira recriou o gesto de lavar e beijar os pés de 12 pessoas, assim como Jesus Cristo fez com os 12 apóstolos durante a última ceia, segundo a tradição cristã. O ritual faz parte das celebrações da Semana Santa e marca o início do Tríduo Pascal, que inclui a Sexta-feira Santa, o Sábado de Aleluia e o Domingo de Páscoa, segundo a doutrina católica.
Durante a celebração da Missa Ceia do Senhor, Dom Alberto Taveira destacou a importância deste gesto como uma lição de amor, humildade e coragem, que devem ser seguidas pelos fiéis. “Podemos pensar que Jesus tinha o poder de se livrar daquela situação, mas não o fez. Pelo contrário, mesmo sabendo que seria traído e morto, ainda deu esse exemplo [de humildade]. Por isso, essa noite é especial, que seja um memorial de um momento de reflexão e renovação espiritual”, disse Taveira.
A representação do ritual de lavar e beijar os pés emocionou os fiéis presentes, uma vez que puderam sentir a proximidade com o exemplo deixado por Jesus. “Para quem cultua a fé cristã, não tem como não se emocionar com esse momento. Apenas uma pessoa perfeita para, mesmo sabendo que seria traída para morrer, deixaria o exemplo de perdão e de seguir firme na fé, e fez tudo isso para nos salvar”, declarou Valentina Silva, 55 anos, pedagoga.
Mas, a emoção foi além do ritual e se estendeu ao momento em que os sacerdotes fizeram o traslado do Santíssimo para a Capela da Reposição, que representa o momento em que Jesus foi conduzido para a prisão antes de ser morto. A partir desse rito, os fiéis permaneceram na Catedral para a vigília até meia-noite, que marca o início da Sexta-Feira Santa.
“Esta simbologia fortalece a fé e reforça o exemplo deixado por Cristo. Essa celebração na nossa Catedral é mais do que um evento religioso, foi uma oportunidade para nós nos aprofundar na mensagem de amor, humildade e coragem deixada por Jesus Cristo, um convite para renovarem sua fé e seguirem seu exemplo em nossas vidas”, concluiu emocionada Nazaré Assunção, 55 anos, enfermeira.