
O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por meio da Promotoria de Justiça de Curralinho, deflagrou a Operação Guardião Sombrio, que investiga supostas irregularidades no funcionamento do Conselho Tutelar do município. A ação, apoiada pelo Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional (GSI), foi autorizada pela Vara Única de Curralinho e resultou no afastamento de dois conselheiros tutelares por 180 dias, além do cumprimento de mandados de busca e apreensão.
As investigações apontam três condutas graves atribuídas a membros do conselho: desvio de verbas públicas por meio de um esquema de “rachadinha” envolvendo servidores temporários; fraudes na manutenção do veículo oficial, com possível superfaturamento; e omissão na apuração de uma denúncia de abuso sexual infantil.
Segundo o inquérito, que tramita em segredo de justiça, uma servidora da Secretaria Municipal de Assistência Social teria repassado integralmente aos conselheiros valores recebidos por horas extras, supostamente com o conhecimento da gestora da pasta. Essa movimentação financeira era registrada em planilhas e teria sido utilizada de forma indevida.
Diante da gravidade das denúncias, o Poder Judiciário considerou que a permanência dos investigados nos cargos poderia atrapalhar a investigação e comprometer a integridade do órgão.
Celulares, documentos e arma apreendidos
Durante a operação, foram apreendidos celulares, documentos e dispositivos eletrônicos nas residências dos investigados. Em um dos locais, a polícia encontrou uma arma de fogo artesanal, o que levou à prisão em flagrante de um dos alvos. Ele foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Curralinho para os procedimentos legais.
As investigações continuam sob sigilo, visando garantir a coleta de provas e a responsabilização dos envolvidos.