
Para reduzir casos graves e mortes por dengue, o Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (8) novas medidas de combate à doença, com foco inicial em 80 municípios críticos. Essas cidades foram selecionadas por apresentarem alta transmissão ou aumento de casos, além de terem mais de 100 mil habitantes – onde a alta população pode sobrecarregar o sistema de saúde.
Como parte da estratégia, a Força Nacional do SUS disponibilizará até 150 centros de hidratação, cada um com capacidade para 100 leitos, representando um investimento de R$ 300 milhões. Esses espaços, que podem ser instalados em UBSs, UPAs, auditórios, tendas ou contêineres, têm como objetivo evitar complicações e internações por meio do atendimento rápido e hidratação (oral ou venosa).
A Força Nacional já realizou 3,6 mil atendimentos em São José do Rio Preto (SP), cidade com o maior número de casos. Outros municípios, como Santarém (PA), Macapá (AP), Porto Velho (RO), Cuiabá (MT) e Viamão (RS), também receberam apoio.
Queda nos casos, mas vigilância mantida
O ministro Alexandre Padilha destacou a redução significativa nos casos de dengue em 2025 em comparação a 2024, mas reforçou a necessidade de não baixar a guarda.
“Estamos priorizando os 80 municípios com maior pressão nos serviços de saúde. A Força Nacional do SUS está pronta para apoiar na reorganização da rede e na redução de casos graves e óbitos.”
Padilha também afirmou que o Ministério atendeu 100% das demandas por insumos de estados e municípios e continuará monitorando a situação.
Expansão da vacinação e novas cidades incluídas
As 80 cidades prioritárias receberão apoio para ampliar a cobertura vacinal, com busca ativa de não vacinados e garantia de estoques. Além disso, 16 municípios passarão a oferecer a vacina contra a dengue pela primeira vez, incluindo:
- Itaituba (PA), Botucatu (SP), Curitiba (PR), Cruzeiro do Sul (AC), Monte Santo (BA), Novo Progresso (PA) e outros.
Novas estratégias e equipamentos para combate ao mosquito
Os Agentes Comunitários de Saúde receberão um novo guia com orientações para identificar sintomas e estimular a vacinação.
Outra medida é a distribuição de 1.260 equipamentos de UBV portáteis (ultrabaixo volume) até o fim de abril, que permitirão pulverização dentro de casas e quintais, aumentando a eficácia no controle do mosquito.
Queda de 75% nos casos e 83% nas mortes
Até 29 de março de 2025, o Brasil registrou:
- 75% menos casos
- 83% menos óbitos
em comparação ao mesmo período de 2024. No entanto, 430 mortes já foram confirmadas este ano, com maior concentração em São Paulo (305), Paraná (34) e Minas Gerais (32).
A secretária Mariângela Simão reforçou:
“Todo óbito por dengue é, em princípio, evitável. A redução é importante, mas não podemos relaxar.”
O sorotipo DENV-3, que não circulava no país há 15 anos, agora representa 22% dos casos, exigindo atenção redobrada.
Dos 80 municípios prioritários, 55 são de São Paulo, 14 do Paraná e 11 dos estados da Bahia, Goiás, Rio Grande do Norte, Acre e Pará, abarcando todas as regiões do país. Do total de casos no Brasil, 73% estão concentrados em São Paulo, Minas Gerais e Paraná; e esses mesmos estados concentram 86% dos óbitos. Essa lista estará constantemente em revisão, para a inclusão de mais cidades, se necessário.