
O retorno do programa Minha Casa Minha Vida a partir de 2023, primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está causando impactos significativos na geração de empregos formais na construção civil. É o que mostram os resultados divulgados em relatório elaborado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que previa um aumento de 4,1% para o setor que acabou registrando 4,3% de crescimento, desempenho destacado em 2024, e encerrou o ano com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 359,523 bilhões, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No Pará, a análise de dados referentes ao período de janeiro a outubro resultou em 13.349 contratações formais, sendo que Belém responde por 23,7% deste total, com 3.164 vagas geradas com carteira assinada.
“Esse desempenho positivo aconteceu diante do maior dinamismo da economia nacional, do incremento no mercado de trabalho, das obras em função do ano eleitoral e do retorno das obras do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV)”, explica Ieda Vasconcelos, economista da CBIC.
A publicação ainda cita que o programa Minha Casa, Minha Vida registrou um crescimento ainda mais expressivo, com alta de 43,3% nas vendas e de 44,2% nos lançamentos. Esses dados demonstram a relevância das políticas habitacionais não apenas para a economia, mas também para a geração de empregos diretos e indiretos.
De acordo com a CBIC, o crescimento do setor teve impactos significativos na geração de empregos formais. Nos 10 primeiros meses do ano (de janeiro a outubro/24) o setor contabilizou um saldo (diferença entre admitidos e desligados) de 230.856 trabalhadores.
Na construção civil, o número de trabalhadores em atividade em todo o país alcançou o patamar de 2,858 milhões de pessoas. “Todos os três segmentos da Construção Civil – Construção de Edifícios, Serviços Especializados para a Construção e Obras de Infraestrutura – apresentaram saldo positivo de admissões em relação às demissões, o que reforça o crescimento sustentável do setor”, afirma a economista.
O aumento na demanda por mão de obra também reflete uma ampliação nos investimentos e na confiança dos empresários no setor. Do total de 230.856 vagas criadas pela Construção Civil, em todo o Brasil, no período de janeiro a outubro/24, 91.282, ou seja, 39,54%, foram no segmento de Construção de Edifícios. Já o setor de infraestrutura respondeu por 22,64% das novas vagas e os Serviços Especializados por 37,82%.
Ranking
O Pará, juntamente com os estados de Santa Catarina e Goiás, desponta na 5ª posição nacional no ranking de contratações na construção civil. São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro são os quatro estados com maior criação de novos empregos na área. São Paulo continua na liderança de geração de novos empregos no setor.
Os dados do mercado de trabalho da Construção demonstram que o bom desempenho do setor alcança praticamente todo o País. Somente dois estados – Piauí e Mato Grosso do Sul – apresentaram números negativos.
Os dados apontaram que o setor da Construção Civil figurou como o terceiro maior contribuidor para o crescimento do PIB nacional, ficando atrás apenas de Serviços de Informação e Comunicação (6,2%) e Outras Atividades de Serviços (5,3%).
O impacto positivo também foi sentido na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que cresceu 7,3%, elevando a taxa de investimento do Brasil para 17%, acima dos 16,4% registrados no ano anterior, de acordo com o relatório.
O relatório ainda aponta dados favoráveis também na produção de insumos típicos da construção, que cresceu 5,5% em 2024, revertendo a queda de 2,8% registrada no ano anterior. Esse crescimento acompanha a alta na demanda do setor, impulsionada pela retomada de obras habitacionais e de infraestrutura.
No mercado imobiliário, as vendas de apartamentos novos aumentaram 20,9%, enquanto os lançamentos cresceram 18,6%. Em 2023, foram vendidas 331.359 unidades, número que subiu para 400.547 em 2024. Os lançamentos passaram de 323.329 para 383.483 no mesmo período, reforçando o interesse dos consumidores impulsionado por condições de financiamento mais acessíveis.
ENSINO MÉDIO
Do total de 230.856 novos empregos criados na Construção Civil, no período de janeiro a outubro/24, cerca de 52% foram de jovens com idade entre 18 a 29 anos. Trabalhadores com o ensino médio completo representam 67,50% do total das novas vagas criadas pela Construção Civil em 2024.
Conforme os dados do Novo Caged divulgados pelo Ministério do Trabalho, em outubro/24, o salário médio de admissão na Construção Civil foi de R$2.335,69. Esse valor, além de ficar superior à média nacional (R$2.153,18) foi o segundo maior dentre os segmentos de atividade.