Em 2024, o setor mineral brasileiro atingiu um faturamento significativo de R$ 270,8 bilhões, registrando um aumento de 9,1% em compar ação a 2023, conforme anunciado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Minas Gerais liderou a participação no faturamento do setor, com 40% do total, o que corresponde a R$ 108,3 bilhões, um crescimento de 4,5% em relação ao ano anterior.
A retomada da produção de ouro e o aumento na produção de minério de ferro foram fatores essenciais para o estado manter esta posição. Em seguida desponta o Estado do Pará, com 36,1% de participação, um faturamento de R$ 97,6 bilhões e um impressionante crescimento de 14,4%. São Paulo, por sua vez, teve uma participação de 3,8%, com faturamento de R$ 10,3 bilhões, marcando um crescimento de 12,9%.
O setor mineral projeta investimentos de US$ 68,4 bilhões até 2029, indicando um forte compromisso com a expansão e modernização da indústria. Em termos de arrecadação, o setor contribuiu com R$ 93,4 bilhões em tributos em 2024. O recolhimento de CFEM (royalty) totalizou R$ 7,5 bilhões, evidenciando a importância fiscal da mineração para o país.
Incentivo
O presidente do Ibram, Raul Jungman, destacou a necessidade de políticas que criem mecanismos de incentivo e destravem projetos importantes de minerais voltados para a transição energética. Segundo ele, “temos demanda e reservas. Nós temos todas as condições. Mas precisamos de crédito e fomento.”
O Ibram também acredita que, dependendo das próximas medidas tomadas pelo governo Trump, o Brasil pode se beneficiar como fornecedor confiável de minerais críticos para os EUA. Esta perspectiva abre novas oportunidades para o setor mineral brasileiro no mercado internacional.
Em 2024, a mineração respondeu por 47% da balança comercial brasileira, demonstrando sua importância para o equilíbrio das exportações do país. No entanto, o setor enfrenta desafios, como a previsão de uma nova taxação na Reforma Tributária, que inclui o imposto seletivo sobre as exportações de minerais.
Jungman expressou a expectativa de que as lideranças do Congresso Nacional reavaliem a medida do imposto seletivo, podendo derrubar o veto do presidente Lula e retirar o setor deste imposto. Esta possível mudança legislativa será crucial para manter a competitividade do setor mineral brasileiro.
Com uma combinação de crescimento robusto, investimentos planejados e desafios regulatórios, o setor mineral brasileiro continua a ser um pilar fundamental da economia do país. O futuro do setor dependerá de políticas eficazes, inovação e adaptação às demandas globais e locais.