Apesar da ampla oferta de vacinas e da extensão do período da campanha contra a influenza, a capital paraense ainda enfrenta dificuldades para atingir a meta de 90% de cobertura entre os grupos prioritários.
De acordo com Lanna Xantipa, enfermeira da coordenação de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), até o momento foram aplicadas pouco mais de 309 mil doses, o que representa uma cobertura de 47,26% entre os grupos prioritários – como idosos, crianças, gestantes e profissionais da saúde.
“Isso corresponde dentro dos grupos prioritários que são aqueles preconizados pelo Ministério da Saúde. Se levarmos em conta a população em geral, então a cobertura acumulada entre os grupos prioritários e não prioritários está em torno de 61% dentro da Influenza”, explicou.
Ela ainda destaca que crianças e idosos continuam sendo os grupos mais desafiadores para a imunização, exigindo maior mobilização familiar e comunitária para levá-los aos postos de saúde.
“Na nossa Câmara Fria, temos atualmente um pouco mais de 200 mil doses. Isso sem contar o que já está distribuído nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs)”, detalhou. Os pedidos de reposição são feitos mensalmente, e a média de solicitação por unidade é de cerca de 400 doses por mês.
Um dos principais entraves apontados pela profissional está ligado à desinformação. “A gente ainda enfrenta um grande desafio, com certeza, que vem desde a vacinação contra a Covid-19: a questão das fake news. Ainda há muito medo das pessoas em relação à vacina. Muita gente acredita (vacina contra a influenza) que ela pode causar gripe, o que é falso. A vacina é inativada, ela não causa doença”, afirmou.
Para tentar reverter o cenário, a Sesma tem reforçado a oferta da vacina promovendo ações itinerantes em shoppings, praças e outros espaços públicos, e deve ser assim entre os meses de junho e julho, com a chegada dos festejos juninos e das férias escolares.
“A gente continua incentivando, fazendo o chamamento público para que as pessoas compareçam nos postos. Além disso, mantemos as ações extramuros, levando as vacinas até onde as pessoas estão”, ressaltou Xantipa.
Campanha de Vacinação e a Cobertura em Belém
Moradores do bairro Curió participaram da campanha ontem (19), na Unidade de Saúde local. “Me explicaram direitinho e resolvi tomar”, comentou o aposentado Luiz Otávio Valente, de 77 anos, que revelou que não se vacinava desde 2023.
Já Nayane Morais, de 21 anos, autônoma, foi se vacinar contra a hepatite e aproveitou para vacinar contra a influenza. “Vim pela campanha mesmo, porque já não me vacinava há uns dois anos. Da minha família, todo mundo já se vacinou também, só faltava eu”.