O Conselho Federal de Medicina (CFM) determinou a suspensão da médica paraense Lana Tiani Almeida da Silva do exercício da medicina por seis meses. A medida, chamada de Interdição Cautelar Médica, foi aplicada em 20 de fevereiro de 2025 e visa proteger tanto os pacientes quanto a própria profissional de possíveis riscos à saúde ou à segurança.
O que levou à decisão?
Em outubro de 2024, a médica causou polêmica ao publicar um vídeo no Instagram, no qual afirmava que o câncer de mama não existia e que a mamografia causava inflamações nas mamas. No vídeo, ela orientava as mulheres a não realizarem o exame. As declarações foram amplamente compartilhadas e geraram alertas sobre a propagação de informações falsas e perigosas para a saúde das mulheres.
Diante disso, em novembro de 2024, o Tribunal de Justiça do Pará atendeu a um pedido do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e ordenou que a médica retirasse os conteúdos enganosos de suas redes sociais. A decisão também estabeleceu uma multa diária de R$ 1.500 em caso de descumprimento.
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Posicionamento do SINDMEPA
O Sindicato dos Médicos do Estado do Pará (SINDMEPA) manifestou repúdio à disseminação de informações falsas que colocam em risco a saúde pública, principalmente em um assunto tão grave como o câncer de mama, que afeta milhares de mulheres no estado e no país. O sindicato destacou a importância de os profissionais da medicina atuarem com responsabilidade, ética e compromisso com a ciência, garantindo a segurança e o bem-estar da população.
Dados sobre o câncer de mama
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que, em 2025, sejam diagnosticados cerca de 66.280 novos casos de câncer de mama no Brasil, representando aproximadamente 29% de todos os casos de câncer entre as mulheres. A doença é a principal causa de morte por câncer entre as mulheres no país, com mais de 18.000 óbitos registrados em 2020.
No Pará, entre 2023 e 2025, foram registrados cerca de 1.020 novos casos de câncer de mama, evidenciando a alta incidência da doença na região.
Diretor de Redação
Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.
