Pará

Material escolar está até 33% mais caro este ano

É preciso destacar que não pode ser cobrado nenhum item que não seja de uso pedagógico do aluno Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.
É preciso destacar que não pode ser cobrado nenhum item que não seja de uso pedagógico do aluno Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

Diego Monteiro

A volta às aulas em 2023 virá com preço salgado para as famílias paraenses, é o que afirma uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese/PA). A cola de isopor, por exemplo, liderou a lista dos itens que mais encareceram este ano, um reajuste acumulado de 33,61%; seguido pelo corretivo líquido com 26,24% a mais; e pelo giz de cera com 23,29%.

De acordo com o Dieese/PA, o levantamento abrangeu 50 itens que, geralmente, compõem a lista de material escolar enviada pelas escolas, entre o último dia 30 de dezembro de 2022 e 3 de janeiro de 2023, em lojas de departamentos, papelarias e livrarias de Belém. A maioria dos produtos apresentou altas de preços superiores à inflação dos últimos 12 meses estimada em torno de 6%.

QUANTIDADE

Não importa a idade ou colégio do aluno, o valor final dos vários itens pedidos é igual ao tamanho da lista: grande. Nessas horas tem que se virar como pode e gastar muita sola do sapato para poupar dinheiro. Portanto, para conseguir cumprir com todas as exigências da lista de material escolar os pais terão que dispor de boa dose de tempo e de paciência para pesquisar onde comprar mais barato.

Segundo o microempreendedor Luciano Moura da Silva, 43, nas prateleiras é possível encontrar itens desde os mais baratos, até os mais caros. “Hoje o mercado dispõe de uma vasta opção para que possamos nos adequar a nossa realidade. Então se você tem um dinheiro a mais, dá para comprar cadernos mais decorados, mas existem também os mais simples”, disse.

“Creio que a melhor estratégia é juntar um dinheirinho todos os meses, ou até mesmo gastar menos nas festas de final de ano, para que possamos ter uma folga nas finanças e não ficar no vermelho. Acho importante trazer os filhos, mostrar quanto custa cada item, para que ele tenha ideia do quanto é caro, sobretudo para que tenha um uso mais cuidadoso do material”, completou Luciano.

O Dieese/PA analisou outros itens com custo mais elevado: caixa da tinta guache (+20,69%); resma de papel 500 folhas (+20,05%); caixa da massa para modelar (+16,16%); gizão de cera (+15,84%); pacote lápis preto (+14,80%); folha de cartolina (+13,64%); caixa de lápis de cor com 12 unidades (+8,82%); pacote da caneta esferográfica (+8,26%); e a borracha (+6,43%).

 

Mãe gasta cerca de R$ 1,5 mil com as filhas

Para Silvana Calado, que é gerente de compras da papelaria Braz Braz, no bairro da Campina, caso o valor da compra aperte no bolso, é possível ter acesso a outras condições de pagamento e garantir as mercadorias. “Temos procurado facilitar com a redução da margem e maior parcelamento, pois estamos preocupados também com a questão social e entendemos que a educação é fundamental”, contou.

Calado completa ao afirmar que a procura por itens escolares que compõem a lista começou no início de novembro. “As escolas anteciparam a relação e muitos procuraram antecipar as compras. O que temos percebido é que o fluxo ficou bem maior desde a última segunda-feira e acredito que deva melhorar ainda mais a partir de quinta”, concluiu.

É no início do ano que a técnica de enfermagem Ivone Correia, 49, tem o maior custo, entre R$ 1 mil a R$ 1.500 destinados ao ensino das filhas. Nos corredores, dividindo espaço com centenas de outros clientes, a profissional da saúde explicou que é preciso se planejar para fechar as contas no final do mês. “Não sou de pesquisar, mas todos os anos faço uma caixinha justamente para esse fim”, frisou.

CONSCIÊNCIA

Desde cedo, a filha da Andreza, a estudante Juliane Correia, 16, já sabe da importância de gastar cada vez menos. “Sempre trago ela, pois dessa forma são escolhidos os materiais que sejam do agrado dela, além do que ela aprende a valorizar cada material comprado. Graças a Deus que, hoje não cumpro mais aquela lista, são mais mercadorias pontuais”, reiterou Ivone.

Com a lista nas mãos, Jackueline Castro, 34, olha com atenção cada plaquinha e o produto. “Quanto menos gasto melhor”, disse a enfermeira. “Por enquanto eu tenho achado tudo em conta e acredito que se continuar desse jeito consigo comprar tudo o que o colégio tá pedindo. Esse é um período de muita preocupação, mas se administramos o tempo e o dinheiro, dá para ficar satisfeito com a compra”.

A equipe do DIÁRIO também realizou uma pesquisa na tarde de ontem em três papelarias de Belém. Na ocasião, foi levado em consideração os produtos que apresentam os menores valores naqueles estabelecimentos. Ao todo, foram analisados 15 itens das mais diversas marcas, mas seguindo o mesmo perfil em tamanho, quantidade e qualidade.