Belém e Pará - A Justiça do Pará condenou, nesta quinta-feira (5), Dhonlleno Nunes Amaral, acusado de liderar uma facção criminosa envolvida na chacina conhecida como “Massacre do Presídio de Altamira”. O caso ocorreu em julho de 2019 no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do estado, e resultou na morte de 62 detentos, sendo considerado a segunda maior tragédia carcerária da história do Brasil, atrás apenas do Massacre do Carandiru.
O julgamento foi realizado no Tribunal do Júri, no Fórum Criminal de Belém, após o processo ser transferido de Altamira para a capital. A mudança foi determinada pelo Tribunal de Justiça do Pará devido à ampla repercussão do caso na cidade de origem, o que poderia comprometer a imparcialidade do júri.
Dhonlleno foi condenado por homicídio qualificado, decapitações e motim, mas foi absolvido das acusações de incêndio e dano ao patrimônio público. A pena total foi de 403 anos e seis meses de reclusão em regime fechado, mais dois anos de detenção e 490 dias-multa.
Durante o interrogatório, o réu negou envolvimento na chacina e afirmou ter sido preso por tentativa de homicídio.
Detalhes do Julgamento e Testemunhos
Estavam previstas 23 testemunhas para o julgamento — 10 de acusação e 13 de defesa — mas 16 delas apresentaram depoimentos, todos realizados por videoconferência, por motivos de segurança e logística. Nesta etapa do processo, oito testemunhas foram ouvidas.
Outros Réus e Condenações
Dhonlleno Nunes Amaral é o segundo réu julgado pelo massacre. Em setembro de 2024, Luziel Barbosa foi condenado a mais de 396 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado. Ao todo, cinco pessoas respondem pelos crimes relacionados à chacina.