A PÉROLA DO CAETÉ

Marujada, farinha e fé: Bragança comemora 412 anos de tradições vivas

Uma das cidades mais antigas do Pará, a "Pérola do Caeté" carrega em suas margens uma história marcada por ancestralidade indígena, herança portuguesa, fé popular e desenvolvimento social.

Marujada, farinha e fé: Bragança comemora 412 anos de tradições vivas Marujada, farinha e fé: Bragança comemora 412 anos de tradições vivas Marujada, farinha e fé: Bragança comemora 412 anos de tradições vivas Marujada, farinha e fé: Bragança comemora 412 anos de tradições vivas
Uma das cidades mais antigas do Pará, a "Pérola do Caeté" carrega em suas margens uma história marcada por ancestralidade indígena, herança portuguesa, fé popular e desenvolvimento social.
Uma das cidades mais antigas do Pará, a "Pérola do Caeté" carrega em suas margens uma história marcada por ancestralidade indígena, herança portuguesa, fé popular e desenvolvimento social. Foto: Roni Moreira/Ag. Pará

Neste 8 de julho, Bragança celebra 412 anos de existência. Uma das cidades mais antigas do Pará, a “Pérola do Caeté” carrega em suas margens uma história marcada por ancestralidade indígena, herança portuguesa, fé popular e desenvolvimento social.

Fundada em 1613, a cidade nasceu do encontro entre os indígenas apotiangas da nação tupinambá e os primeiros europeus que chegaram à região, possivelmente os franceses da expedição de Daniel de La Touche, o Senhor de La Ravardière. Localizada à margem esquerda do rio Caeté, Bragança tornou-se ponto estratégico da ocupação colonial e se consolidou, ao longo dos séculos, como uma cidade referência no nordeste paraense.

Seu processo de formação administrativa começou ainda no período colonial, quando o território integrava a Capitania do Gurupi, doada pela Coroa espanhola. Foi oficialmente elevada à categoria de vila em 1753 e, posteriormente, à condição de cidade em 1854. Desde então, passou por diversas reorganizações territoriais, com a criação e desmembramento de distritos, até chegar à atual configuração.

Bragança: Patrimônio Histórico e Cultural

Hoje, com mais de 123 mil habitantes distribuídos em uma área de 2.124 km², Bragança se destaca por sua diversidade cultural, potencial turístico e importância econômica. O município abriga um rico patrimônio histórico, como a Igreja de São Benedito (século XVIII), a Catedral de Nossa Senhora do Rosário e o Instituto de Santa Teresinha. O centro histórico da cidade, com seu Museu de Arte Sacra e os casarões coloniais, guarda preciosidades que contam a trajetória da cidade desde os tempos coloniais até os dias atuais.

Foto: Irene Almeida/Diário do Pará

Além do legado arquitetônico, Bragança é um polo de tradições. A cidade é internacionalmente conhecida pela Marujada de São Benedito, uma das maiores manifestações religiosas e culturais do Pará. Realizada anualmente em 26 de dezembro, a festividade transforma as ruas em um espetáculo de cores, sons e fé. Os marujos de branco e as marujas com suas saias vermelhas dançam o retumbão, a valsa, a mazurca e o tradicional xote bragantino, em devoção ao santo preto, símbolo da resistência e da religiosidade popular.

Destaque para a Farinha d’água e Praia de Ajuruteua

A cidade também é conhecida pela sua farinha d’água, considerada uma das melhores do Brasil, e pela charmosa Praia de Ajuruteua, com sua vila de pescadores, natureza preservada e identidade ribeirinha que atrai visitantes de todo o país.

Praia de Ajuruteua. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Bragança chega aos seus 412 anos unindo passado e futuro. Uma cidade que honra suas raízes indígenas e lusitanas, que preserva seus costumes e que avança com investimentos em infraestrutura, saúde, educação e cultura. É um lugar onde a fé caminha ao lado da tradição e do desenvolvimento, onde cada rua guarda memórias e cada bragantino carrega o orgulho de fazer parte dessa história.

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.