Pará

Margem Equatorial: indústria do Pará reforça a importância da exploração de petróleo

O navio-sonda deixou o Rio de Janeiro na terça-feira (5) e deve começar a perfuração ainda neste mês. A previsão é que o trabalho dure de 3 a 5 meses.
O navio-sonda deixou o Rio de Janeiro na terça-feira (5) e deve começar a perfuração ainda neste mês. A previsão é que o trabalho dure de 3 a 5 meses.

Mais de um ano após o indeferimento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a licença solicitada pela Petrobras para a perfuração no bloco FZA-M-59, na bacia da Foz do Amazonas, o assunto volta a repercutir diante das declarações do presidente Lula que, nesta quarta-feira (12), defendeu a exploração de óleo e gás na Margem Equatorial como uma oportunidade de crescimento do país.

As declarações do presidente vão ao encontro dos anseios do setor industrial paraense, que também vê na atividade uma janela de oportunidades para o desenvolvimento dos estados da Amazônia.

A Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA) avalia que o Pará é um dos mais prejudicados pelo impasse provocado pelas negativas do Ibama. Segundo a entidade, a incerteza tem gerado uma guerra de narrativas que dificultam as discussões sobre a importância da indústria petrolífera para municípios paraenses localizados na fronteira com a porção marítima do projeto. Assim como declarado pelo presidente Lula, a FIEPA destaca que “os debates devem ser feitos a partir de uma perspectiva iminentemente técnica, sem interferência de narrativas tendenciosas que defendem interesses dos que desejam imobilizar o desenvolvimento da Amazônia e impedir que a população possa usufruir da riqueza existente na região”.
Estimativas preliminares apontam um potencial de 20 a 30 bilhões de barris na extensa área marítima, localizada no litoral Norte e Nordeste do País, considerada a nova fronteira para exploração de óleo e gás natural em águas profundas e ultraprofundas no Brasil. Na Margem Equatorial estão as bacias Foz do Amazonas (Pará-Amapá), Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar.
“Com esse novo Pré-sal, o estado do Pará teria muito a ganhar. Podemos citar aqui um aumento na arrecadação de tributos e royalties provenientes da atividade, por exemplo. Com o crescimento das atividades portuárias e marítimas, teríamos incrementos em infraestrutura e logística, o que contribui para atrair novos negócios e movimentar a economia em diversos setores. Isso tudo representa emprego, renda e desenvolvimento socioeconômico para quem vive aqui na região”, afirmou Alex Carvalho, presidente da FIEPA.
Empregos – Em março deste ano, um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre os impactos econômicos e sociais da produção de petróleo na Margem Equatorial brasileira mostrou que a atividade tem o potencial de criar no Pará cerca de 52 mil empregos e um acréscimo de 6,2% ao PIB, o equivalente R$ 10,7 bilhões. Para a FIEPA, o estudo comprova os impactos positivos da atividade, que deverá gerar oportunidades para que o Estado do Pará avance econômica e socialmente.
“Um projeto desse porte representa um salto no desenvolvimento econômico no Estado. Ao se instalar, deve gerar reflexos positivos em diversas áreas, como educação, saúde, pesquisa e qualificação de mão de obra, empregos, importantes para garantir um processo de desenvolvimento sustentável e inclusivo e para reverter muitos dos déficits socioeconômicos que perduram e impõem ao povo amazônico uma vida com poucas perspectivas”, conclui o presidente da FIEPA.