LUTO

Manuel Ayres, referência da medicina e da ciência no Pará, morre aos 100 anos

A comunidade acadêmica, científica e médica do Pará se despede com pesar de um verdadeiro pilar da história da educação e da saúde no estado.

Morre aos 100 anos o médico e professor Manuel Ayres, ícone da ciência e saúde no Pará
Morre aos 100 anos o médico e professor Manuel Ayres, ícone da ciência e saúde no Pará

Faleceu neste domingo (24), em Belém, aos 100 anos, o médico, professor e pesquisador Manuel Ayres, um dos nomes mais importantes da história da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da saúde pública paraense. Nascido em 9 de janeiro de 1925, no município de Óbidos (PA), ele construiu um legado incomparável nas áreas da medicina, educação, biomedicina e gestão pública.

Graduado em Medicina pela UFPA, Dr. Manuel Ayres foi fundador e primeiro diretor do então Centro de Ciências Biológicas da universidade, sendo peça fundamental na estruturação do atual Instituto de Ciências Biológicas (ICB). Ao longo da vida acadêmica, tornou-se professor titular e professor emérito da UFPA, além de ter sido responsável por formar gerações de profissionais nas ciências da saúde.

Entre 1975 e 1979, atuou como secretário de Saúde do Estado do Pará, período em que foi determinante para a criação da Fundação Hemopa — referência em hemoterapia até os dias de hoje. Como reconhecimento, um dos prédios do ICB leva seu nome.

Também se destacou como autor de mais de 50 artigos científicos internacionais e criador do BioEstat, um dos softwares de bioestatística mais usados no Brasil e no exterior, especialmente na área das ciências biomédicas.

Dr. Ayres foi ainda o responsável por criar o primeiro curso de Biomedicina da Região Norte, consolidando o papel da UFPA na formação de profissionais da área. Foi também um dos principais defensores da regulamentação e valorização da profissão de biomédico em seus anos iniciais no país.

Homem de muitas missões, também presidiu o Tribunal de Contas do Estado do Pará. Mesmo com tantas conquistas institucionais, será lembrado principalmente pela dedicação incansável à ciência, à saúde e ao ensino público de qualidade.

A comunidade acadêmica, científica e médica do Pará se despede com pesar de um verdadeiro pilar da história da educação e da saúde no estado. Seu legado permanece vivo nas instituições que ajudou a fundar, nos profissionais que formou e nas vidas que transformou ao longo de um século.

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.