Pará

Manifesto defende exploração de petróleo da Margem Equatorial

Evento busca congregar pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento que desenvolvem estudos em região de grande interesse socioambiental e visada para exploração de petróleo em águas profundas
Foto: Petrobras/divulgação
Evento busca congregar pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento que desenvolvem estudos em região de grande interesse socioambiental e visada para exploração de petróleo em águas profundas Foto: Petrobras/divulgação

Luiz Flávio

A “Associação Nordeste Forte” e a “Ação Pro-Amazônia” lançaram ontem o manifesto “Mar de Oportunidades”, em “Defesa da Exploração de Petróleo na Margem Equatorial” defendendo a exploração “planejada, consciente e responsável” da riqueza que “apresenta ao Brasil oportunidades singulares de desenvolvimento econômico, social e ambiental” e que, segundo as entidades, representa uma reserva estimada em até 25 bilhões de barris de petróleo na Margem Equatorial, região que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte

O documento afirma que o petróleo é uma das três principais fontes de energia no mundo, e a descoberta “desponta como uma oportunidade de consolidar a posição econômica do Brasil no cenário internacional, além de explorar um recurso que pode melhorar significativamente a qualidade de vida da população brasileira, especialmente a das regiões Norte e Nordeste, que são historicamente negligenciadas pelas autoridades”.

Ao se apresentarem como líderes industriais comprometidos com o progresso econômico e social de nossos estados, as duas entidades defendem a realização de estudos aprofundados e transparentes “para verificar a presença, volume real e potencial comercial desses recursos”. Infelizmente, prossegue o manifesto, “alguns setores da sociedade ainda demonstram resistência à simples ideia de estudar o assunto. Nós, enquanto sociedade, temos o direito de saber a riqueza que o nosso país possui”.

Em um momento em que o Brasil enfrenta desafios econômicos e sociais gigantescos, o documento afirma que o país não pode se dar ao luxo de ignorar essa possibilidade. “Países vizinhos como Guiana, Guiana Francesa e Suriname iniciaram estudos semelhantes na década passada e hoje colhem os frutos desse investimento, com a Guiana destacando-se como o país que mais cresceu no mundo em 2023, com um aumento de 38% em sua economia, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Essa pode ser a realidade brasileira em um futuro não muito distante, caso a gente se utilizar as potencialidades de nosso país”, apontam.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que, se o Brasil começar a exploração de um bloco por Estado na Margem Equatorial, com capacidade para produzir 100 mil barris por dia, poderá gerar um acréscimo de R$ 65 bilhões no PIB, R$ 3,87 bilhões em tributos indiretos, R$ 4,32 bilhões em royalties e mais de 326 mil empregos formais. Ao todo, a Margem Equatorial possui 42 blocos. “Por outro lado, o Ministério de Minas e Energia estima que o Brasil deixará de arrecadar R$3,7 trilhões até 2055 se não explorar novos campos de petróleo. Nós vamos permitir isso?”, questionam as entidades.