CASO EM BELÉM

Mãe autorizou extração de 13 dentes de adolescente com TEA, diz documento

Um Termo de Consentimento obtido pelo portal DOL nesta quarta-feira (18) comprova que a retirada de 13 dentes de uma adolescente

Mãe autorizou extração de 13 dentes de adolescente com TEA, diz documento Mãe autorizou extração de 13 dentes de adolescente com TEA, diz documento Mãe autorizou extração de 13 dentes de adolescente com TEA, diz documento Mãe autorizou extração de 13 dentes de adolescente com TEA, diz documento
Adolescente com TEA teve 13 dentes extraídos com consentimento da mãe, confirma documento
Adolescente com TEA teve 13 dentes extraídos com consentimento da mãe, confirma documento

Um Termo de Consentimento obtido pelo portal DOL nesta quarta-feira (18) comprova que a retirada de 13 dentes de uma adolescente com Transtorno do Espectro Autista (TEA), grau 3, realizada no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, na última segunda-feira (17), foi autorizada pela mãe da paciente.

Inicialmente, a família chegou a acusar o odontólogo responsável de realizar o procedimento sem autorização prévia, fato que gerou grande repercussão nas redes sociais desde a última terça-feira (16). Diante da comoção, o governador Helder Barbalho publicou nota classificando o caso como grave e informou ter determinado o afastamento imediato do profissional e a abertura de uma investigação para esclarecer os fatos.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) confirmou o afastamento do odontólogo e disse que um processo administrativo foi aberto. Já a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Proteção à Pessoa com Deficiência, instaurou inquérito e iniciou diligências, como a recolha de provas periciais e a intimação de envolvidos.

A jovem já realizava tratamento odontológico na unidade há anos, sendo costumeiramente sedada devido ao seu comportamento agitado, o que é comum em casos mais severos do espectro autista. Segundo fontes ligadas ao caso, os dentes extraídos foram encaminhados à perícia odontológica, que teria apontado ausência de possibilidade de reabilitação dos mesmos.


Perícia e laudo do IML serão decisivos para responsabilização

O advogado criminalista Tiago Brito esclareceu que, com base nas informações divulgadas até o momento, o caso pode seguir por duas linhas jurídicas:

  • Lesão corporal grave, com pena de até 8 anos, se for comprovado que o procedimento foi feito de forma indevida, sem justificativa clínica;
  • Ausência de crime, caso se comprove que a autorização foi válida e que o procedimento seguia as diretrizes técnicas da odontologia.

Segundo Brito, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) é fundamental para elucidar se havia ou não necessidade técnica para extrair todos os 13 dentes em um único ato. “Se o laudo indicar que não havia risco real ou necessidade da extração, o odontólogo poderá ser responsabilizado criminalmente”, afirmou.

A análise levará em consideração:

  • A condição dos dentes extraídos (destruição coronária, infecção, risco periodontal etc.),
  • As radiografias pré e pós-operatórias,
  • E o histórico clínico da paciente (anamnese).

O laudo será incluído no inquérito policial e também pode embasar investigações no âmbito administrativo (Sespa) e profissional (Conselho Regional de Odontologia).

O advogado alerta ainda que procedimentos como esse devem sempre contar com autorização expressa, livre de qualquer vício, salvo em situações de risco iminente à vida, o que não parece se aplicar neste caso, segundo informações veiculadas pela imprensa.