ROMBO DE R$ 70 MILHÕES

Justiça condena criminosos por comércio ilegal de ouro no Pará

Operação Dilema de Midas revela esquema de comércio ilegal de ouro. Conheça os detalhes da investigação que resultou em condenações.

A Justiça Federal do Pará condenou quatro indivíduos por integrar uma organização criminosa voltada para a comercialização de ouro de origem ilegal.
A Justiça Federal do Pará condenou quatro indivíduos por integrar uma organização criminosa voltada para a comercialização de ouro de origem ilegal.

A Justiça Federal do Pará condenou quatro indivíduos por integrar uma organização criminosa voltada para a comercialização de ouro de origem ilegal. A sentença, proferida no dia 29 de novembro, determinou penas que variam de 11 anos e seis meses a 15 anos e dez meses de prisão, totalizando 56 anos e cinco meses de reclusão para os condenados.

Operação Dilema de Midas e a Investigação de Ouro Ilegal

A condenação é o desfecho de uma investigação iniciada em 2019, com o apoio da Operação Dilema de Midas, deflagrada em 2018, que desmantelou o esquema criminoso. Quatro dos cinco denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) foram condenados pelos crimes de usurpação de bens da União, falsidade ideológica e organização criminosa. Entre os sentenciados estão o administrador do posto de compra de ouro da Ourominas em Santarém, dois funcionários do posto e um geólogo.

Sentença e Perda de Patrimônio

A sentença também determinou a perda de patrimônio dos réus e das empresas envolvidas no esquema, como a Ourominas DTVM, a OM Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários e a R.N. da Silva Representações. Aeronaves, imóveis, veículos e joias, entre outros bens, serão confiscados. Além disso, os réus estão proibidos de exercer qualquer atividade relacionada ao comércio de ouro e devem pagar multas. As penas serão cumpridas inicialmente em regime fechado.

Fraude e Lavagem de Ouro Ilegal

Entre 2015 e 2018, o grupo criminoso fraudou a compra de 610 quilos de ouro, gerando um prejuízo estimado de R$ 70 milhões à União. O ouro, extraído de forma clandestina, passava por um processo de lavagem do ouro, em que eram criados documentos falsos para encobrir sua origem ilegal. O esquema incluía a utilização de Permissões de Lavra Garimpeira fraudulentas, além de inserção de dados falsificados em notas fiscais, simulando a legalidade da operação.

Impactos Ambientais e Sociais do Garimpo Ilegal

O MPF destacou ainda o impacto ambiental devastador causado pelo garimpo ilegal, incluindo o assoreamento de rios, a alteração da coloração das águas do rio Tapajós e a destruição de áreas florestais. Além disso, o garimpo em terras indígenas representa uma ameaça à saúde das comunidades originárias.

Processo Judicial e Detalhes da Ação Penal

O processo é registrado sob a Ação Penal nº 0000478-10.2019.4.01.3902, e os envolvidos foram denunciados por mais de 10 mil crimes relacionados a aquisições fraudulentas de ouro e falsificação de documentos. A sentença reflete o esforço contínuo do MPF e das autoridades judiciais no combate ao crime organizado no setor de mineração ilegal.