'BIG BROTHER' NO TRABALHO

Justiça barra câmeras em banheiros e vestiários de supermercado do Pará

Decisão determina que a empresa não mantenha câmeras em locais privados ou de convivência.

Justiça determina que Supermercado Econômico suspenda sistema de monitoramento que viola privacidade dos trabalhadores
Justiça determina que Supermercado Econômico suspenda sistema de monitoramento que viola privacidade dos trabalhadores Foto: divulgação

A 16ª Vara do Trabalho de Belém concedeu liminar em uma Ação Civil Pública (ACP) proposta pelo Ministério Público do Trabalho no Pará e Amapá (MPT PA-AP), determinando que a rede de supermercados Econômico Comércio de Alimentos Eireli retire câmeras de vigilância instaladas em locais inadequados. A decisão proíbe o monitoramento em áreas como vestiários, banheiros, refeitórios e espaços de descanso dos funcionários.

Além da remoção dos equipamentos em áreas restritas, a Justiça estabeleceu que as câmeras mantidas em locais permitidos devem ser identificadas com placas informando: “O ambiente está sendo filmado. As imagens são confidenciais e protegidas nos termos da lei”.

O MPT alegou que a prática violava a intimidade e a privacidade dos trabalhadores, podendo prejudicar sua saúde mental e o ambiente laboral. O procurador do Trabalho Marcius Cruz da Ponte Souza destacou que a vigilância excessiva em áreas como banheiros e refeitórios configura uma “restrição desproporcional” aos direitos dos empregados.

Decisão Judicial e Implicações

Multas por descumprimento
Caso a empresa ignore a decisão, ficará sujeita a multas de:

  • R$ 60 mil por câmera mantida em local proibido;
  • R$ 10 mil se deixar de informar os funcionários sobre a gravação em áreas permitidas.

Os valores serão destinados a instituições ou fundos sem fins lucrativos indicados pelo MPT.

Detalhes do Processo

Processo: ACPCiv 0000208-15.2025.5.08.0016