Pryscila Soares
Aprender um novo idioma e morar fora do país, certamente, é o sonho de muitos jovens brasileiros. Algumas iniciativas tornam esse sonho possível de ser alcançado. Uma delas é o programa Jovens Embaixadores 2023, uma iniciativa do Departamento de Estado norte-americano, coordenado pela Embaixada e Consulados dos Estados Unidos.
O programa Jovens Embaixadores 2023 vai oferecer um intercâmbio de três semanas nos Estados Unidos para estudantes brasileiros do ensino médio da rede pública, que se destacam em suas respectivas comunidades pela atitude positiva, bom desempenho acadêmico, conhecimento da língua inglesa, capacidade de liderança e espírito empreendedor.
O Pará terá dois representantes entre os 50 selecionados para a edição do próximo ano. Um deles é o estudante João Henrique Vasconcelos Pereira, 16 anos, de Santarém. A outra selecionada é Paula Thaís Alves Farias, 16 anos, estudante do ensino médio e curso técnico em Informática do Instituto Federal do Pará (IFPA – Castanhal). Em comum, eles têm a paixão pela língua nativa dos Estados Unidos e o desejo de aprimorar ainda mais o conhecimento do idioma.
João Henrique cursa o terceiro ano do ensino médio na Escola Diocesana São Francisco, no município de Santarém, oeste paraense. Foi através do seu professor de inglês que o jovem ficou sabendo da oportunidade e, prontamente, inscreveu-se para participar da seleção do intercâmbio.
“O interesse surgiu pelo fato de eu querer melhorar o meu inglês e, também, saber se o mesmo é bom ou não. O que me motivou foi o meu sonho de trabalhar fora do país”, contou o jovem, que pensa em seguir carreira como desenvolvedor de jogos, futuramente.“Sempre gostei (de inglês) devido ao fato de amar video games e, para entender a história, eu precisava saber inglês. Comecei a aprender sozinho. A pronúncia eu pratiquei vendo alguns desenhos e séries de televisão. Acabou que os entrevistadores gostaram da minha pronúncia”, comemora.
“Quero ser programador, mais especificadamente desenvolvedor de jogos. Não tenho certeza se eu irei trabalhar por lá (nos EUA), mas essa profissão precisa muito do inglês”, ressaltou João.
Para participar da seleção, os jovens tiveram de apresentar documentos como foto, registro escolar e outros de seus pais. Além disso, eles também apresentaram cartas das respectivas instituições de ensino.
“Logo depois de ser aprovado ocorreu o teste escrito, que era on-line. E, algumas semanas depois, recebi um e-mail da última fase, que era o exame oral. Depois disso recebi outro e-mail informando que eu fui aprovado”, afirmou.
“Essa será a primeira vez que eu viajo, tanto sozinho quanto para fora do país, nunca tive uma experiência parecida antes. Espero poder conhecer mais sobre Washington e os Estados Unidos em geral. Entender mais sobre o povo norte-americano, além disso, pretendo trabalhar e estudar fora do país também. Vejo nesse intercâmbio uma oportunidade para poder ingressar nesse meio”, declarou.
Orgulhosa, a mãe do João, a auxiliar de escritório Marta Sindilana Vaz de Vasconcelos, 45 anos, sempre incentivou e acreditou na capacidade do filho. “É uma felicidade enorme e muito gratificante para uma mãe ver as conquistas dos filhos. O João Henrique sempre foi uma criança curiosa, esforçada e dedicada. Quando ele começou a fazer aulas de inglês ficou encantado com o idioma”, relatou.
INTERESSE
Já para Paula Thaís, participar do programa é o início da realização de um sonho de estudar fora do país. “Meu interesse por estudar e participar de programas fora do Brasil começou quando eu ainda era criança. Me apaixonei pela língua inglesa, pelas universidades, oportunidades, cultura e tudo mais. Com o tempo, depois de muito esforço e dedicação, eu consegui”, celebrou.
“O que mais me motivou foi, com certeza, a grandeza que o programa representa. A evolução significativa na qual traz para cada jovem e ainda representando seus estados e cidades nos Estados Unidos”, disse.
Para ela, as etapas mais difíceis da seleção foram as duas últimas, a prova escrita e a entrevista, que foi realizada diretamente pela Embaixada. “Por mais que eu tenha me inscrito, realmente não imaginava chegar ao final de todas as etapas e ainda ser selecionada. Foi uma grande surpresa e muita felicidade, sem sombra de dúvida. Quem mais me incentivou foram os meus pais, tias e o coordenador do meu estágio. O apoio deles foi de extrema importância para que eu não desistisse do processo e mantivesse firmeza em cada etapa”, garantiu.
Os 50 estudantes selecionados irão embarcar para o intercâmbio no dia 10 de janeiro de 2023 e retornam ao Brasil no dia 29 do mesmo mês. Paula quer aproveitar a viagem ao máximo e retornar trazendo muito conhecimento na bagagem.
“Estou super ansiosa sobre tudo o que vou viver. Espero ter uma ótima convivência com todos, compartilhar experiências, conhecimentos. Conhecer o máximo possível do idioma, da cultura, educação, sobre a forma de empreendedorismo dos Estados Unidos”, afirmou ela, que vai ao exterior pela primeira vez.
Paula ainda não escolheu a profissão que irá seguir. Mas confessa que aprecia a área de Relações Internacionais e tem certeza que o intercâmbio vai proporcionar o desenvolvimento de diversas habilidades e ampliação de conhecimentos.
“Acredito que terei uma grande evolução como pessoa, como estudante, como futura profissional e também na minha forma de observar o mundo e entender um pouco mais de como ele funciona. Sinto também que poderei me encontrar como profissional e que será um gatilho para definir o meu futuro. Estou em processo de descobertas e vivências novas. Fui selecionada para o programa de 2022, mas infelizmente, por motivos de saúde, não pude viajar em julho deste ano. Então, automaticamente, sou Jovem Embaixadora 2022 e 2023”, declarou.
SAIBA MAIS
PROGRAMA JOVENS EMBAIXADORES 2023
- Este ano a seleção contemplou representantes de 25 estados brasileiros e do Distrito Federal. O programa é patrocinado pela Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil, e conta com o apoio de parceiros dos setores público e privado.
- O programa busca estudantes da rede pública de ensino que pensam criativamente para desenvolver uma ideia, um produto ou serviço com o objetivo de beneficiar não somente a si próprio, mas também a sua comunidade. As ações empreendedoras desses jovens têm como foco inclusão social, educação, cultura, crédito comunitário, mobilidade urbana, igualdade de gênero e raça, meio ambiente, empoderamento jovem, necessidades especiais, cooperativas em geral, etc.
- Criado pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil em 2003, o programa conta com a parceria do Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED), das Secretarias Estaduais de Educação, da rede de Centros Binacionais Brasil-EUA e da USBEA – rede de ex-bolsistas de programas de intercâmbio do governo norte-americano. O programa também conta com o apoio institucional das empresas FedEx, MSD e SMTour. O programa é implementado em todos os países do continente americano e conta, ainda, com um programa inverso para jovens norte-americanos representarem os EUA na América Latina. Nesses anos de existência, 748 jovens brasileiros de todo o Brasil já participaram do programa.