Cientista cidadã reconhecida pela Nasa, pelo Comitê Permanente Interagências (Iasc) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a paraense estudante da 7ª série do Ensino Fundamental em colégio particular de Belém, Isabella Fernanda Gomes, de apenas 13 anos, acaba de trazer para o Pará e para o Brasil duas premiações obtidas durante a ExpoCiências Nacional Chile 2024, realizada entre 12 e 16 de novembro, em sua primeira competição realizada fora do país.
Já vencedora em vários concursos realizados em outros estados, a “pequena astronauta” foi desta vez reconhecida com o primeiro lugar e credenciada para o Movimiento Internacional para el Recreo Científico y Técnico de América Latina – ExpoCiências Chile 2024 em função de seu projeto científico “Desenvolvimento de um robô autônomo capaz de monitorar e coletar resíduos flutuantes em rios, lagos e mares”. Sua participação na programação Mostra Científica e Tecnológica da Amazônia, realizada no fim de agosto, este ano sediado em Macapá (AP), a credenciou para tentar a premiação mais ao norte do continente latino americano.
Caçadora de asteroides com 12 detecções em preliminares, Cientista Junior do Instituto Nacional Leva Ciência (Inalc), dois recordes brasileiros pela RankBrasil, astronauta análoga mais jovem do Brasil aos 10 anos e 28 dias, maior números de premiações em olimpíadas científicas – ela tinha mais de 50 aos onze anos de idade, Isabella atualmente possui 93 premiações, e desenvolve outros dois projetos em paralelo: Mini Lab Steam, em andamento desde 2023, e o “Cultivo de fungos Aspergillus Flavus na microgravidade”, ambos também já bastante premiados.
“Tenho um sentimento de honra e orgulho, pois fui representar meu país, meu estado e minha instituição de pesquisa, o Instituto Nacional Leva Ciência, e é desafiador você apresentar, em inglês, a sua pesquisa, mas me dediquei muito no estudo do idioma para isso. E assim vieram a medalha de Mérito Científico e o 3o lugar geral na minha categoria”, conta, fazendo questão de destacar que sua professora e orientadora científica, Danielle Brito, por consequência recebeu uma placa de homenagem pelo acompanhamento.
Por conta de mais essa conquista, Isabella Fernanda estará entre 25 e 28 de março de 2025 na Feira Brasileira de Ciência e Tecnologia da Universidade de São Paulo, a Febrace/USP, e para isso ela já está se preparando para, mais uma vez, dar o seu melhor e ter o melhor dos resultados.
“Essa vitória mostra que meninas brasileiras podem fazer pesquisa, representa a minha inquietação com nossos rios, oceanos e mares, representa a pesquisa no Brasil. Existem muitas outras pesquisadoras que, como eu, precisam de incentivo, de apoio, de patrocínio, pois fazer Ciência séria, não sendo uma adulta, torna-se mais difícil”, afirma a estudante, que é apoiada pela Inalc e por sua própria família. Porém, sem patrocínio, ela nunca conseguiu compor a delegação brasileira em Olimpíadas Internacionais para países como Estados Unidos, Singapura, Tailândia, Catar entre outros – e ela tem sido classificada para integrar a equipe desde os nove anos de idade.
“A classificação foi emocionante. No momento em que a minha pesquisa foi anunciada como premiada, veio uma emoção, um orgulho e a certeza de que estou no caminho certo. Estar entre 168 projetos de outros países e fazer parte de 35 premiados, não tem preço, é muito gratificante”, relembra, fazendo questão de dizer que foi prestigiada pelo embaixador do Chile no Brasil à ocasião. “Muito orgulho de ser brasileira e paraense”, reconhece a menina, que pretende ser engenheira aeroespacial ou engenheira mecatrônica, e definitivamente continuar sendo cientista. “Quero ajudar a humanidade”, finaliza Isabella.