A gigante global de carnes JBS (JBSS3) distribuiu 123.765 brincos de rastreamento para bovinos no Pará, como parte de um esforço para atender à legislação estadual que exige a identificação individual do rebanho até o fim de 2026. A medida, anunciada nesta segunda-feira, 8 de setembro, é vista como uma tentativa de frear o avanço do desmatamento na Amazônia, onde a pecuária é apontada como um dos principais vetores de pressão ambiental.
Segundo a empresa, 65.902 brincos já foram fixados nas orelhas dos animais em 89 propriedades rurais do estado. A ação permitiu que a unidade da JBS em Marabá processasse, pela primeira vez, gado rastreado individualmente no território paraense.
A iniciativa é realizada em parceria com a organização não governamental The Nature Conservancy e prevê a entrega de até 2 milhões de tags para pequenos produtores da região. O desafio é proporcional ao tamanho do rebanho: o Pará abriga cerca de 26 milhões de cabeças de gado, número comparável ao da Austrália.
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Aprovada no fim de 2023, a lei estadual que determina a identificação dos animais é considerada um marco regulatório na tentativa de tornar mais transparente a cadeia produtiva da carne bovina na Amazônia. Especialistas apontam que o rastreamento pode ser um divisor de águas na luta contra o desmatamento, ao dificultar a comercialização de gado oriundo de áreas irregulares.
A JBS, que lidera o setor global de proteína animal, tem sido pressionada por investidores e organizações ambientais a adotar práticas mais rigorosas de controle sobre sua cadeia de fornecimento. A distribuição dos brincos no Pará é mais um passo nesse sentido, e um teste de escala para o futuro da pecuária sustentável na região.
