PEDRAL DO LOURENÇO

Jader Barbalho reforça a importância do derrocamento do Pedral

O senador reforça que projeto é uma demanda antiga dos paraenses e vai melhora a economia e o transporte da região

Obra do Pedral do Lourenço irá garantir navegabilidade e desenvolvimento ao rio Tocantins. Foto: divulgação/CNT
Obra do Pedral do Lourenço irá garantir navegabilidade e desenvolvimento ao rio Tocantins. Foto: divulgação/CNT

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis liberou o início das obras para o derrocamento do Pedral do Lourenço, que consiste na retirada de rochas e de bancos de areia do leito do Rio Tocantins, para viabilizar o tráfego contínuo de embarcações e comboios em um trecho de 300 quilômetros de extensão, desde o município de Marabá, no sul do Pará, até a foz do Rio Tocantins.

A Licença de Instalação nº 1518/2025 para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) foi emitida ontem, 26, pelo Ibama. A licença, que tem validade de 5 anos, é referente ao Trecho 2 da obra em um trecho de 35 quilômetros de extensão entre a localidade de Santa Teresinha do Tauiri e a Ilha do Bogéa para tornar o trecho em via navegável.

O DNIT está autorizado a dar início à instalação de canteiros de apoio, de área industrial e de construção de um paiol para armazenamento de explosivos que serão usados para a derrocagem. A obra inclui dragagem (retirada de sedimentos) e derrocamento (remoção de pedras).

O rio Tocantins surge no interior do Distrito Federal, no planalto central de Goiás sendo formado pelos rios Almas e Maranhão. Seu fluxo segue para o Norte do país, percorrendo cerca de 2.400 km até a foz, na Baía de Marajó, no Pará, cortando todo o estado do Tocantins, onde possui trechos navegáveis por pequenas e médias embarcações.

Com a autorização, o governo federal, por intermédio do DNIT, garante a navegação hidroviária para as grandes barcaças que escoam a produção agrícola. “Depois de cerca de oito anos de espera, finalmente saiu a licença ambiental para o início do derrocamento do Pedral do Lourenço no município de Itupiranga. Quem é do Pará sabe, quem é do norte do Brasil sabe o quanto esta obra é importante”, comemorou o governador Helder Barbalho.

Helder ressalta que a garantia da navegabilidade do trecho entre Marabá e o porto de Barcarena durante todos os períodos do ano complementa a vocação do Estado para a logística fluvial. “O que vai impulsionar nossa economia, gerando muito emprego, muita renda, fazendo com que a logística do Pará seja cada vez mais estratégica para o escoamento da nossa produção, o escoamento de todo o norte, o escoamento do Brasil”, explicou o chefe do executivo estadual.

“Quero festejar esse momento. Acabo de falar com o ministro Renan Filho e, nos próximos dias, nós estaremos juntos em Itupiranga, em toda esta região, para assinar a ordem de serviço do início das obras, para retirar as pedras da região do Lourenção e permitir que o rio passe a ser plenamente navegável, com as barcaças, com as embarcações, com a produção podendo usar dos nossos rios”, completou Helder Barbalho, destacando que a assinatura da ordem de serviço será feita em breve, em Itupiranga.

REDUÇÃO

A Hidrovia Tocantins pode contribuir para a redução de até 30% no valor do transporte. Para se ter uma ideia, o transporte da tonelada de soja poderia ficar US$ 40 mais barato, se feito pelo porto de Vila do Conde, em relação a Paranaguá, no Paraná.

O projeto é uma demanda antiga da região Norte, idealizado para melhorar a navegação, permitindo o tráfego de embarcações maiores e escoando a produção da região. A obra, de responsabilidade do Dnit, inclui dragagem (retirada de sedimentos) e derrocamento (remoção de pedras).

A expectativa é que a obra possa ajudar no escoamento de 20 a 60 milhões de toneladas de carga por ano, melhorando a logística e a economia da região.

“Economicamente é o melhor meio de transporte da grande produção agrícola, da pequena produção dos ribeirinhos, dos insumos básicos, além do transporte da população. Estamos aguardando esse licenciamento desde os anos 70, quando os estudos apontavam para a importância dessa plena navegabilidade para concretizar a Hidrovia Tocantins”, lembra o senador Jader Barbalho, que, ao longo dos anos, tem indicado emendas individuais e de bancada para a concretização do projeto.

O senador tem sido um dos mais influentes defensores da hidrovia. Em Brasília, o parlamentar organizou audiências públicas sobre o tema, além de convocar a dar explicações e pressionar os representantes do Poder Executivo brasileiro ao longo de mais de 50 anos.

O senador reforça que a Hidrovia Tocantins é uma das mais importantes ações, que vai beneficiar de forma mais direta as cidades das regiões Sul e Sudeste do Pará além de reduzir custos em todo o sistema de transporte nacional; garantir mais segurança nas estradas, com a retirada de um grande volume de caminhões; e contribuir para a redução de emissão de gases provenientes da exaustão de motores a diesel, como monóxido de carbono e dióxido de nitrogênio, entre outros.

“O Tocantins vai finalmente ser utilizado como uma das hidrovias mais importantes para o Brasil. O entrave para a plena navegabilidade – conhecido como o Pedral do Lourenço – vai finalmente ser removido e as obras começam já no primeiro trimestre de 2025”, destacou, enfatizando a importância da hidrovia para alavancar a economia paraense e dos municípios da região.

ECLUSAS

Há cerca de um mês, técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), fizeram uma inspeção nas eclusas localizadas no município de Tucuruí. Segundo os técnicos, as eclusas estão em plena operação, mostrando, mais uma vez, sua importância estratégica para o desenvolvimento da região.

As eclusas operaram em sua capacidade máxima para realizar a transposição de um comboio da empresa Unitapajós, carregado com o equivalente a 150 caminhões bitrem em seis balsas, reforçando o potencial logístico da hidrovia Tocantins-Araguaia. A cheia do Rio Tocantins tem possibilitado essas operações de navegação.

As obras de construção do Sistema de Transposição de Desníveis tiveram início em 1981 e sua inauguração ocorreu em 30 de novembro de 2010. O sistema vence um desnível total de cerca de 72 metros, sendo composto por duas eclusas e um canal intermediário de 5,5 quilômetros de extensão, o qual viabiliza a realização de manobras e cruzamentos de comboios e embarcações. Cada eclusa possui uma câmara de 210 metros de comprimento, 33 metros de largura e 5 metros de calado, sendo que ambas as eclusas podem operar de forma totalmente independente.

MARCO HISTÓRICO

“É um marco histórico, uma decisão que deve trazer desenvolvimento socioeconômico para o Centro-Norte do país, além de ajudar a reduzir a emissão de gases de efeito estufa, já que o desenvolvimento de hidrovias é o principal meio para cumprir o Acordo de Paris”, comemorou o ministro Sílvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos. “É uma excelente notícia para o Brasil e para os brasileiros, especialmente no ano da COP 30, quando os olhos do mundo estarão voltados para o estado do Pará”, disse.

A hidrovia do rio Tocantins se estende por mais de 1.700 quilômetros, entre as cidades de Peixe (TO) e Belém (PA), mas tem sua capacidade reduzida neste trecho rochoso de aproximadamente 40 quilômetros. “A análise ambiental é fundamental para o desenvolvimento sustentável do país e deve levar em consideração também o impacto positivo que uma hidrovia promove, reduzindo tráfego nas rodovias e emissão de gases de efeito estufa”, reforçou o secretário de Hidrovias e Navegação, Dino Antunes.

Por estar localizada no cerrado, a maior região produtora de grãos do país, a hidrovia do rio Tocantins tem potencial para se tornar ainda mais importante em âmbito nacional. Com a previsão de conclusão da dragagem e derrocamento do Pedral do Lourenço, o Tocantins terá potencial de movimentação de mais de 20 milhões de toneladas/ano.

O senador tem sido um dos mais influentes defensores da hidrovia. Foto: Divulgação
O senador tem sido um dos mais influentes defensores da hidrovia. Foto: Divulgação