Luiza Mello
Com população estimada em mais de 593 mil habitantes, segundo o Censo 2022, o Marajó seguiu na contramão dos resultados nacionais do censo: enquanto o Brasil apresentou crescimento em quase todos as cidades brasileiras, no maior arquipélago flúvio marítimo do planeta, os resultados mostraram redução no número de habitantes em pelo menos três de seus 17 municípios. Em 2021 a população estimada era de mais de 619 mil pessoas. Os novos resultados mostram um êxodo de cerca de 17.500 moradores, com retração de 2,8%, na maioria de pessoas jovens, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O projeto de lei autoriza o Poder Executivo a criar a Universidade Federal do Marajó com sede no município de Breves. Para o senador Jader Barbalho é necessário apresentar alternativas para que a população mais jovem permaneça na região e para isso, apresentou um projeto de lei propondo a criação da Universidade Federal do Marajó, com sede em Breves. “É um sonho antigo da região”, lembrou o parlamentar no texto da proposta, destacando o potencial para desenvolvimento e crescimento do Marajó.
Jader Barbalho acredita que, com a criação da Universidade Federal do Marajó, será possível ofertar mais vagas e cursos de ensino superior no arquipélago e evitar que os alunos tenham que se deslocar para as cidades do continente. “A UFM trará efetivos benefícios a Amazônia Oriental e ao corpo acadêmico brasileiro na área do conhecimento do Trópico Úmido planetário, por meio de pesquisas científicas e tecnológicas e do desenvolvimento sustentável”, reforça
“A implantação de uma universidade federal na região vai repercutir positivamente para a Região Metropolitana de Belém, para a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) Macapá/Santana e para o resto do mundo, a partir do intercâmbio universitário e da cooperação internacional, o que vai assegurar prosperidade e bem-estar para a população da região e entorno”, frisou o senador.
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Dentro do projeto de interiorização, a Universidade Federal do Pará mantém o Campus Universitário do Marajó, com sede em Soure, criado em 1986. Em 1990, foi criado o Núcleo de Breves, situado na parte ocidental da Ilha do Marajó, com o propósito de atender a comunidade impossibilitada de tentar a formação superior no núcleo de Soure devido às grandes distâncias e às dificuldades de transporte entre um município e outro. Mas as vagas, opções de cursos ofertados e recursos financeiros são limitados.
AVANÇOS
Jader Barbalho acredita que a criação de uma instituição de ensino superior na região marajoara vai garantir avanços na implementação e sustentabilidade de áreas protegidas do Arquipélago do Marajó, especialmente para a Reserva da Biosfera Amazônia-Marajó e com isso contribuir para a inserção do Marajó no mercado da sustentabilidade.
O senador paraense atendeu a um pedido feito pelo prefeito de Breves, Xarão Leão, que destacou a necessidade de criação de uma universidade na região. “É uma pauta municipalista e de fundamental importância para a região. Essa solicitação sempre esteve na pauta de discussões das associações de municípios e de movimentos sociais locais”, reforçou o senador ao enfatizar a importância da demanda para mãos de 600 mil habitantes.
Com a aprovação do projeto de lei apresentado pelo senador Jader Barbalho, a Universidade Federal do Marajó será independente e com orçamento próprio, podendo definir os cursos que irá disponibilizar. O projeto foi apresentado na semana passada e aguarda o recebimento de emendas na Comissão de Constituição e Justiça.
