Belém e Pará - Em nota contundente, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) saiu em defesa da realização da COP30 em Belém, rebatendo críticas logísticas e reforçando o simbolismo e a urgência de se discutir o clima a partir do coração da floresta amazônica.
A três meses da conferência da ONU, o IPAM destaca que a capital paraense, apesar dos desafios, é o palco mais adequado para debater soluções reais e urgentes para a crise climática global. “Belém está pronta para mostrar ao mundo a realidade amazônica e discutir soluções pé no chão; é hora de abraçarmos a cidade e seguirmos juntos em mutirão pelo futuro do planeta”, afirma a entidade.
O instituto critica comparações com edições anteriores da COP, realizadas em grandes centros urbanos ou cidades turísticas. “COPs passadas, sediadas em lugares como Dubai, Glasgow ou Sharm-El-Sheikh, talvez tenham deixado uma impressão fantasiosa da reunião”, pontua o texto. E completa: “Na Amazônia, não há cenários artificiais”.
Em contraponto aos comentários sobre infraestrutura, o IPAM lembra que outras conferências também enfrentaram dificuldades. “Se em Dubai táxis chegavam a custar 800 reais; se em Sharm-El-Sheikh hotéis eram cancelados com hóspedes à porta; se em Glasgow grupos ficavam acomodados em trailers a mais de uma hora do local do evento; e se em Madrid não havia alimentação acessível… conclui-se o desafio como rotina em um evento como este.”
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Segundo a nota, Belém está preparada para receber as delegações internacionais com estrutura, gastronomia única e uma das culturas mais vibrantes do país. “Belém está pronta para discutir respostas pé no chão à emergência do clima e para inspirar o mundo com a realidade que só os povos e as paisagens amazônidas podem revelar”, diz o texto.
O IPAM reforça o papel estratégico da Amazônia no combate à crise climática. “É com essa Amazônia íntegra e pulsante que está a nossa chance de cumprir o Acordo de Paris”, enfatiza, citando a relevância da região para a biodiversidade, os ciclos hídricos e a segurança alimentar global.
A nota conclui com um apelo direto à opinião pública e às lideranças: “Façamos um favor ao Brasil e aos brasileiros da Amazônia: que seja reconhecido, de uma vez por todas, o seu protagonismo na pauta climática global.”
