O governo do Pará fará um leilão nesta sexta-feira, 28, para concessão de 10,3 mil hectares na Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu para reflorestamento e manejo sustentável pela iniciativa privada. O projeto, que terá até 40 anos de duração, busca recuperar uma região devastada por desmatamento ilegal e, ao mesmo tempo, gerar oportunidades econômicas por meio do mercado de carbono e da exploração sustentável de produtos florestais. O leilão ocorrerá às 10h na Bolsa de Valores de São Paulo com transmissão ao vivo: https://tvb3.com.br/proximos-eventos/
A área, equivalente a 10 mil campos de futebol, está localizada no município de Altamira (PA) e faz parte de uma estratégia estadual para combater a degradação ambiental na Amazônia. A expectativa é que o projeto sequestre 3,7 milhões de toneladas de carbono equivalente, além de movimentar R$ 869 milhões em receita para a empresa vencedora da licitação.
Como funcionará a concessão?
O modelo segue a Lei Federal 11.284/2006, que permite a concessão de áreas públicas para manejo florestal sustentável. A empresa vencedora será responsável por:
- Restaurar a vegetação nativa;
- Explorar produtos florestais de forma sustentável (como madeira certificada e extrativismo);
- Gerar créditos de carbono para comercialização no mercado voluntário;
- Criar 2 mil empregos diretos e indiretos na região.
A licitação seguirá critérios de melhor técnica e maior preço, com fiscalização rigorosa do Estado para garantir o cumprimento das metas ambientais e sociais.
Por que a APA Triunfo do Xingu?
A região foi escolhida por ser um dos territórios mais pressionados pelo desmatamento na Amazônia, mas que ainda abriga biodiversidade crítica do bioma. A APA, criada em 2006, tem 1,6 milhão de hectares e está situada entre os municípios de São Félix do Xingu (66%) e Altamira (34%).
Mercado de carbono e benefícios econômicos
O projeto tem potencial para se tornar um case de economia verde, já que o concessionário poderá vender créditos de carbono no mercado voluntário – independentemente da regulamentação federal, que ainda está em discussão no Congresso. Além disso, a atividade deve fortalecer cadeias produtivas locais, como o extrativismo sustentável e a agricultura familiar.
“A floresta não está sendo vendida”, afirma governo
Em comunicado, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) destacou que a floresta continua sendo um bem público, e a concessão apenas autoriza o uso sustentável por tempo determinado. “O objetivo é recuperar o que foi degradado e, ao mesmo tempo, gerar renda para as comunidades sem repetir os erros do passado”, afirmou o secretário estadual.