SEGURANÇA

Invasões a condomínios preocupam: apesar da queda nos índices, segurança deve aumentar

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública aponta uma redução de 51% nos casos de invasões e roubos a condomínios no país desde 2018.

Invasões a condomínios preocupam: apesar da queda nos índices, segurança deve aumentar

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública aponta uma redução de 51% nos casos de invasões e roubos a condomínios no país desde 2018. Apenas em 2023, foram registrados 20.344 roubos a residências, número 19,2% menor em relação ao período anterior.

Em São Paulo, os crimes caíram de 3.435 registros em 2023 para 2.516 em 2024, uma queda de 26,9%. No Pará, a redução foi de 15,9%, passando de 1.821 ocorrências em 2023 para 1.540 em 2024. Apesar da melhora nos índices gerais, a atuação de quadrilhas especializadas, com forte poder de intimidação e violência, continua a alarmar moradores.

Segundo o advogado Pedro Henrique Tavares, especialista em direito condominial, criminosos utilizam disfarces, clonagem de controles, informações privilegiadas e até falsos mandados policiais para burlar a segurança. Uma vez dentro dos empreendimentos, rendem porteiros, desligam câmeras e fazem famílias reféns, exigindo transferências via Pix, além de roubar joias e equipamentos.

Casos recentes evidenciam a gravidade. Em junho, homens armados invadiram um condomínio em Belém disfarçados de agentes federais. Em 2023, bandidos usaram a mesma tática no bairro da Pedreira, também na capital paraense. Já em Uberlândia (MG), no dia 30 de agosto de 2025, moradores sofreram prejuízo estimado em R$ 1,6 milhão após uma invasão. Em Moema (SP), quinze criminosos armados atacaram dois prédios em três dias, fazendo dezenas de reféns.

Na tarde desta quinta-feira moradora de um prédio em plena avenida Conselheiro Furtado, centro de Belém, teve sua casa invadida por criminosos armados. Durante a ação, os ass4ltantes roubaram pertences da família e causaram momentos de desespero. A polícia foi acionada e, apesar das buscas, os criminosos conseguiram fugir, mas deixaram parte dos objetos roubados para trás.

Segundo relatos, enquanto um dos assaltantes se mostrava mais agressivo e fazia constantes ameaças, o outro tentava conter a tensão. Abalada, a vítima chegou a bloquear o próprio celular ao tentar seguir as ordens impostas, o que deixou os criminosos ainda mais exaltados. Na ação, eles levaram joias, celulares, pertences pessoais e até brinquedos da criança da família.

As autoridades vêm intensificando o combate a esse tipo de crime. No início de agosto, a Polícia Civil paulista prendeu 12 integrantes de uma quadrilha especializada nesse tipo de crime. Ainda assim, os números seguem altos: só em São Paulo, foram 1.524 casos em 2025, ante 1.429 no ano anterior.

Especialistas avaliam que muitas dessas organizações migraram do roubo a bancos para os condomínios, explorando a fragilidade dos procedimentos de segurança e o descuido de moradores. “Famílias buscam nos condomínios tranquilidade e proteção, mas isso só será alcançado com o cumprimento de protocolos internos e investimentos em segurança”, conclui Tavares.

Medidas de prevenção

Para reduzir riscos, advogados e especialistas em segurança recomendam:

• Controle rigoroso de acesso de visitantes e prestadores de serviço;
• Estrutura adequada para entrada de pedestres e veículos;
• Monitoramento eletrônico aliado a treinamento constante de funcionários;
• Campanhas de conscientização e atualização de cadastros de moradores;
• Rede de comunicação entre condôminos e autoridades policiais;
• Proteção reforçada da guarita, com suporte tecnológico para emergências.