Em Altamira, no sudoeste do Pará, indígenas da etnia Xikrin fizeram manifestação nesta segunda-feira, 16, bloqueando um trecho em frente ao escritório da Norte Energia, concessionária da usina hidrelétrica Belo Monte. Eles ainda montaram uma barricada com pneus que foram queimados e exibiam cartazes dizendo ‘Violação dos direitos indígenas’.
Os funcionários da Norte Energia não foram trabalhar em função do protesto. As lideranças representam 41 aldeias da Terra Indígena Trincheira-Bacajá. Segundo os manifestantes, a Norte não cumpriu compromissos que levariam melhorias às comunidades e pedem a revisão do projeto básico ambiental para beneficiar as comunidades afetadas pela construção da usina.
Os manifestantes relataram que a comunidade local tem encontrado dificuldades em navegar pelo rio, que está seco e agora eles só possuem a estrada que também está em péssimas condições.
‘A Norte Energia enganou a gente e não cumpriu as coisas. Foi cortado nosso combustível e todas as coisas que estamos precisando na aldeia’, disse o indígena Beppydji Xikrin, ao site Confirma Notícia.
O QUE DIZ A NORTE ENERGIA
Em nota enviada ao DIÁRIO, a Norte Energia informou que a partir de outubro de 2024, a companhia deixa de disponibilizar as cotas de combustíveis destinadas às lideranças indígenas e associações. A empresa diz ainda que ‘essas cotas não são obrigações estabelecidas no âmbito do licenciamento ambiental da hidrelétrica. Elas foram concedidas pela empresa no período de instalação da usina. O objetivo era apoiar no transporte da população indígena que participava das reuniões realizadas à época, na cidade de Altamira. Muitas delas foram substituídas pelo uso da internet e radiofonia fornecidas pela Companhia’.
A Norte Energia garantiu que será mantida apenas a entrega de diesel para o funcionamento dos geradores de energia enquanto não houver outra fonte de suprimento.