Grande Belém

Incêndio na Sacramenta: Paysandu vai doar parte da renda de jogo para desabrigados

O CBM foi acionado e, ao chegar no local da ocorrência, a casa onde teria começado o incêndio já estava completamente destruída, mas sem o registro de pessoas feridas. Foto: Antônio Melo/Diário do Pará
O CBM foi acionado e, ao chegar no local da ocorrência, a casa onde teria começado o incêndio já estava completamente destruída, mas sem o registro de pessoas feridas. Foto: Antônio Melo/Diário do Pará

Várias correntes de solidariedade estão sendo realizadas com o objetivo de ajudar as famílias que perderam todos os seus pertences e inclusive seus imóveis no incêndio de ontem à noite no bairro da Sacramenta, mais precisamente no Beco Marajó, que fica entre a travessa Angustura e a passagem A. Apesar do susto, não houve feridos e foi controlado pela equipe do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) e dos moradores que ajudaram com baldes apagar as chamas.

Segundo os Bombeiros, cinco casas tiveram perda total e três foram parcialmente destruídas após o incêndio. Não houve feridos, apenas danos materiais. A Defesa Civil Municipal foi acionada para assistir às famílias. O laudo pericial será concluído em até  30 dias.

Na manhã desta quinta-feira, 28, o Paysandu emitiu uma nota oficial informando que parte da renda do jogo do próximo domingo (1º), contra o Amazonas, pela quinta rodada do quadrangular do Campeonato Brasileiro da Série C, será destinada aos atingidos pela tragédia.

Segundo o clube, um representante do Paysandu visitou o local, a fim de fazer um levantamento das principais necessidades dos moradores e também para apoiá-los nesse momento de dificuldade.

“O Paysandu também lançou uma campanha nas redes sociais para que a torcida colabore com a causa, por meio de doações pelo pix [email protected]. Quem quiser ajudar de forma presencial pode procurar a sala de segurança do Estádio Banpará Curuzu, com acesso pela avenida Almirante Barroso, para fazer qualquer tipo de doação de roupas, móveis, alimentos e produtos de limpeza”, informou o clube.

 

O INCÊNDIO

De acordo com as testemunhas, o incêndio começou por volta das 20 horas, numa residência que fica no Beco Marajó. “Essa casa era de família, dividida em cinco, que seria onde começou o incêndio. Em pouco tempo, porque é de madeira, rapidamente se espalhou com chamas altas”, disse José dos Santos, 38 anos, testemunha.

Moradores ajudaram a combater o incêndio. Foto: Antônio Melo/Diário do Pará

Desesperados, os moradores da área se juntaram e com baldes tentaram apagar as chamas, uma vez que o fogo chegou a atingir outras casas próximas. O CBM foi acionado e, ao chegar no local da ocorrência, a casa onde teria começado o incêndio já estava completamente destruída, mas sem o registro de pessoas feridas.

“Nosso trabalho foi conter as chamas, para que pelo menos as três casas de alvenaria, que ainda estavam sem reboco, fossem protegidas e, principalmente, as demais casas de madeiras não corressem o risco de serem atingidas. Conseguimos fazer esse trabalho de forma organizada e, assim, com sucesso controlar o fogo”, declarou o tenente-coronel CBM Souto.

Apesar das testemunhas terem afirmado que o fogo começou na casa que foi destruída, o CBM disse que apenas um trabalho de rescaldo poderá dizer as causas do incêndio. “Se o fogo realmente começou nesta casa citada, iremos voltar amanhã (hoje), para fazermos as análises, assim como verificar a situação das estruturas das casas de alvenarias que chegaram a ser atingidas pelas chamas”, completou o tenente-coronel.

Embora o incêndio tenha sido controlado, sobretudo após a chegada do CBM, o desespero tomou conta dos moradores, com alguns saindo de suas casas com medo do fogo as atingissem, outros aos gritos, enquanto que também uns tentavam com baldes a apagar as chamas, sobretudo antes da chegada das guarnições do CBM.

Mas, a aflição maior foi de quem teve a casa afetada, como no caso do aposentado José Antônio dos Santos, 68 anos, que é torcedor folclórico do Paysandu por se fantasiar de “Papa do Papão” nos jogos do time. “Eu morava só e não estava em casa na hora que começou. Estou desesperado, perdi minhas coisas como a minha roupa que ia usar no Círio, minha fantasia de Papa que usava para ir no estádio”, lamentou.

A Defesa Civil Municipal foi acionada para assistir às famílias. O laudo pericial será concluído em até 30 dias.