SAÚDE

Hospital Regional Dr. Abelardo Santos completa 5 anos com serviços especializados

Entre agosto de 2023 e 2024, a unidade pública estadual promoveu quase 1 milhão de atendimentos em serviços e ações de média e alta complexidades

Foto: Divulgação
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“É um presente de Deus para as nossas vidas!”. As palavras da paciente Mariléa Martins, 54 anos, resumem o significado na vida de milhares de pessoas que passaram pelo Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), em Belém, em cinco anos de funcionamento na rede de saúde pública do Pará, completados nesta quinta-feira (19). A autônoma, que chegou à unidade sem conseguir caminhar, foi submetida a uma cirurgia endoscópica na coluna, que permitiu uma alta médica precoce e lhe trouxe qualidade de vida.

A história de Mariléa se repete na trajetória de outros pacientes, que ao longo de meia década fazem do Hospital uma referência no atendimento à mulher, à criança e à população indígena. Nos últimos 12 meses, por exemplo, foram realizados quase 1 milhão de atendimentos de média e alta complexidade. “Faço parte dessa história de sucesso, pois, assim como eu, muitas outras são acolhidas com excelência”, afirma a usuária.

Carinhosamente chamado de “Gigante” pelos pacientes, por ser a maior unidade de saúde pública do Governo do Pará, o HRAS agrega diversos atendimentos, que vão desde a maternidade porta-aberta 24 horas até as cirurgias complexas. Devido a sua capacidade, ao longo dos anos garante atendimento a pacientes oriundos das mais diferentes regiões do Pará, sobretudo da Região Metropolitana de Belém e do Arquipélago do Marajó.

Alessandra Rodrigues, 21 anos, segura nos braços sua primeira filha, Luna Mavie, de apenas 20 dias, nascida na unidade. “Desde a entrada, passando pelo parto, até os cuidados após o nascimento, tudo foi impecável. Não tenho do que reclamar. Apenas agradecer a toda a equipe pela experiência incrível. Vida longa ao Hospital Abelardo Santos e aos colaboradores”, diz Alessandra.

Atendimentos – A relevância do HRAS para a saúde dos paraenses é confirmada nos dados recentes. Entre agosto de 2023 e agosto de 2024, a maior parte dos atendimentos foi de exames, totalizando 879.212. Entre os principais estão análise clínica (744.536); radiografia (42.067); hemodiálise (23.161); ultrassonografia eletiva (21.017); tomografia computadorizada eletiva (10.932) e outros exames (37.499).

Os números demonstram a solidez da infraestrutura para o suporte e diagnóstico dos pacientes nesses cinco anos de prestação de serviços à comunidade. Incluem-se ainda ecocardiograma, radiologia intervencionista, eletrocardiograma, biópsia de próstata e mama guiada por ultrassom, mamografia, diálise peritoneal, endoscopia, colonoscopia, eco doppler arterial, eletroneuromiografia e eletroencefalograma.

No mesmo período, o HRAS registrou 59.285 consultas especializadas, com a clínica médica liderando com 12.473 procedimentos. Em seguida, destacam-se urologia (8.743 consultas), cirurgia vascular (7.197), fisioterapia (8.609), nefrologia (6.149), cardiologia (3.389), neurocirurgia (3.247), ginecologia (2.598), cirurgia pediátrica (2.177), curativos de alta complexidade (1.236), e afins (3.467).

Além disso, foram realizadas 12.418 intervenções cirúrgicas no período analisado. As cirurgias de urgência e emergência obstétricas-ginecológicas se destacaram com 6.205 procedimentos. Outros incluíram cirurgia vascular geral (1.179), correção de pé-torto congênito (880), urgência e emergência pediátrica (901), ginecologia efetiva (510) e cirurgia geral (379).

Saúde indígena – O complexo hospitalar, instalado no Distrito de Icoaraci, também foi responsável pelo atendimento de mais de 370 indígenas, principalmente das etnias Tembé, Assurini, Amanayé e Munduruku. Em menos de dois anos, a instituição se destaca na linha de cuidado aos povos indígenas, sendo pioneiro na Amazônia na assinatura da adesão ao Incentivo para a Atenção Especializada aos Povos Indígenas (IAE-PI), do Ministério da Saúde (MS).

No início de setembro deste ano, os indígenas Clayane, Wakamuwia e Wuratéia, família da etnia Assurini, receberam atendimento especializado no Hospital. “O atendimento universal, sem distinção, foi uma das coisas que mais me chamou a atenção. Sempre há um receio de irmos a um lugar desconhecido, mas aqui posso dizer que me senti tranquila e confiante nos profissionais”, afirma Wuratéia.

Partos – Nos últimos 12 meses, o complexo neonatal realizou 5.098 partos, dos quais 2.382 normais e 2.716 cesáreas. A unidade recebe gestantes 24 horas e conta com cinco salas de pré-parto, parto e pós-parto (PPP), sendo uma delas equipada com uma banheira para opções de parto na água. Conta ainda com uma equipe multidisciplinar, que garante assistência de qualidade e humanizada.

Os números apresentados são acompanhados pela taxa de satisfação, que está acima de 90% entre os usuários, atingindo 93% nos últimos meses. O tratamento humanizado, a alta médica segura e a qualidade da parte estrutural, tanto predial quanto dos equipamentos, são os pontos destacados pelos usuários por meio de pesquisas conduzidas pelo Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU).

Pandemia – Em 2020, a unidade atendeu exclusivamente pessoas com sintomas de Covid-19, recebendo mais de 38 mil pacientes em apenas dois meses. No ano seguinte, o Hospital foi reconhecido nacionalmente pelos resultados positivos no combate à doença, sendo incluído no Projeto Reab Pós-Covid-19, do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS).

Para atender a essas e outras demandas, a unidade mantém uma infraestrutura de internação e ambulatório construída em 28 mil metros quadrados, e oferece 11 especialidades: vascular, urologia, cirurgia torácica, cirurgia ginecológica, mastologia, endoscopia, cirurgia pediátrica, neurocirurgia geral e de coluna, clínica geral e obstetrícia. Dispõe ainda de 340 leitos de internação, entre clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para adultos e crianças.

O Hospital conta também com quase 2 mil profissionais, incluindo médicos, enfermeiros e técnicos em Enfermagem, distribuídos em diversos setores, como urgência e emergência pediátrica e obstétrica, ambulatório, centro cirúrgico, centro obstétrico, serviços de diagnóstico, UTIs, e unidades de internação clínica e cirúrgica. Nesse total estão incluídos funcionários dos setores administrativos.

Excelência – Para a diretora-geral, Aline Oliveira, o Hospital Abelardo Santos reafirma seu compromisso com a saúde pública não apenas por sua grandiosidade estrutural, mas principalmente pelo cuidado humanizado e de excelência. 

“Desta forma, somos referência no Pará, garantindo acesso a tratamentos especializados e transformando vidas. Por isso, o nosso ‘Gigante’ está de parabéns mais uma vez”, ressalta a gestora.

Aline Oliveira acrescenta que “seguimos crescendo e inovando, sempre com o propósito de servir à nossa população, com investimentos em novas tecnologias e treinamentos para nossos profissionais. E a nossa missão é essa: garantir que cada pessoa que nos procura receba o melhor cuidado possível. O aniversário é do Hospital Abelardo Santos, mas quem ganha o presente são os paraenses”.