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Hospital Ophir Loyola realiza mutirão de reconstrução mamária

Procedimento recupera autoestima de mulheres submetidas à retirada total ou parcial da mama em decorrência do câncer de mama. Foto: Rafael Diniz/Ascom HOL
Procedimento recupera autoestima de mulheres submetidas à retirada total ou parcial da mama em decorrência do câncer de mama. Foto: Rafael Diniz/Ascom HOL

Nos dias 26, 27 e 28 deste mês, o Hospital Ophir Loyola (HOL) realiza mais uma edição do Mutirão Outubro Rosa, com mastoplastias reparadoras em pacientes mastectomizadas durante tratamento oncológico.

A ação conjunta de reconstrução de mamas reúne instituições parceiras e voluntários da Saúde. Ao todo, 15 usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) são beneficiadas pela campanha, que não compromete o andamento das cirurgias eletivas na instituição e reduz em quase 20% a fila de mulheres que aguardam por mamoplastias no hospital.

O mutirão é realizado em paralelo ao Plano de Ação com plásticas reconstrutivas de mama viabilizadas pelo Ministério da Saúde (MS), por meio da Portaria nº 553, de 10 de julho de 2023. Desde julho deste ano, o Hospital faz uso do recurso de mais R$ 840 mil em prol de pacientes que passaram por mutilação durante tratamento contra o câncer de mama.

Para o mutirão, a equipe de cirurgia plástica do HOL recebeu reforços de voluntários da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e do fornecimento irrestrito de implantes Motiva. Com o feito, o HOL espera reduzir para 65 o número de mulheres submetidas à mastectomia total ou parcial (em decorrência do tratamento oncológico) que aguardam a cirurgia reparadora.

“Realizamos uma busca ativa e identificamos 96 pacientes na fila de espera. Com o Plano de Ação do hospital, somados aos esforços desta edição do Mutirão Outubro Rosa, 31 mulheres já foram beneficiadas. São resultados satisfatórios, mas seguiremos em busca de mais ações para otimizarmos o serviço e zerarmos a fila”, afirmou a superintendente do Instituto de Oncologia, Ana Paula Borges.

A maioria das mulheres que passam pela mastectomia tem indicação para a reconstrução, que pode ser imediata ou tardia. Apesar de integrarem a fila, cada paciente tem condições clínicas analisadas individualmente, considerando as especificidades da neoplasia.

O médico Luiz Fernando Barros integra a equipe de cirurgia plástica do HOL e realizou um ambulatório de reavaliação para identificar quais pacientes estavam em condições clínicas favoráveis. Ele explica que esse rastreamento é fundamental para a realização da oncoplastia. “Selecionamos para o mutirão pacientes que estavam em boas condições clínicas. Nem todas que aguardam na fila estão aptas, pois não apresentam um quadro favorável e no rastreio conseguimos identificar”, explicou o especialista.

Semblantes – Além da colocação de implantes, a equipe de cirurgia plástica vale-se de outros arsenais técnicos, como mastopexias e retalhos com músculos do reto abdominal transverso, que podem ser utilizados na reconstrução da mama. Segundo o médico, independente da técnica escolhida, o resultado atende as expectativas das pacientes ainda no período pós-cirúrgico.

“O sentimento de gratidão é expressado por elas quando se deparam com o resultado final. A mama representa a feminilidade e, quando é reconstruída, devolvemos a autoestima para a paciente, que relatam voltar usar roupas com maior segurança, além de se sentirem mais confortáveis nas relações sexuais”, afirmou Barros.

Para a paciente Tatiane Carvalho, de 44 anos, o reparo local resultou em mudanças comportamentais. Dúvidas e inseguranças ficaram para trás, após ser submetida à reconstrução mamária no Ophir Loyola ano passado.

“Em 2019, eu fui diagnosticada com carcinoma na mama esquerda. Fiz tratamento e fui submetida à mastectomia. Não sou uma pessoa vaidosa e nunca tive seios volumosos, o meu maior medo com o câncer era de não poder ficar perto dos meus três filhos. Mas, após a cirurgia (reparadora) no Ophir Loyola, muita coisa mudou. O médico conversou bastante comigo e disse que o ideal, no meu caso, era colocar silicone nos dois lados para que ficassem do mesmo tamanho. Fiquei muito feliz com o resultado e a minha filha mais velha, de 24 anos, gostou tanto que já me disse que um dia vai colocar silicone também”, recordou Tatiane aos risos.

A paciente Rosiane Coelho, 46 anos, espera ansiosa para o procedimento reparador. Ela é uma das beneficiadas e, a poucas horas de entrar na sala de cirurgia, se diz esperançosa com o resgate da autoestima e da autoconfiança.

“Eu fiz a retirada da mama direita há seis anos. Senti um alívio por saber que o tumor não estava mais no meu corpo, mas encarar o espelho não foi fácil. Não me via completa e minha autoestima veio ao chão. A minha fé em Deus e a minha família me deram o apoio necessário e hoje estou aqui, bem. Demorei para acreditar quando o hospital me ligou para a avaliação e chorei de emoção quando me informaram que eu seria internada para fazer a cirurgia. Agora vou ficar mais feliz depois da cirurgia, quando eu me olhar no espelho e me amar mais por estar completa novamente”, afirmou Rosiane.

“As reconstruções mamárias impactam diretamente na autoestima, que foi abalada com o tratamento da neoplasia. Essa melhora reflete, sobremaneira, na qualidade de vida e na sobrevida das pacientes”, completou o chefe do serviço de cirurgia plástica do HOL, Rui Azevedo.