PREFEITURA NÃO PAGA

Hospital Anita Gerosa suspende atendimentos ao SUS após calote

Interrupção dos atendimentos no Hospital Anita Gerosa: crise financeira afeta o SUS, convênios e particulares.

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Hospital sem fins lucrativos e com mais de 60 anos, o Anita Gerosa atendia cerca de mil pacientes e realizava 200 partos por mês.
Hospital sem fins lucrativos e com mais de 60 anos, o Anita Gerosa atendia cerca de mil pacientes e realizava 200 partos por mês. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Ananindeua - A Sociedade Beneficente São Camilo (SBSC), responsável pela administração do Hospital Anita Gerosa, localizado em Ananindeua, anunciou, no último domingo (26), a interrupção dos atendimentos hospitalares para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), além dos convênios e particulares, incluindo a maternidade. A decisão ocorre após uma grave crise financeira, agravada por uma dívida de aproximadamente R$ 3 milhões com a Prefeitura de Ananindeua, além de um déficit mensal de R$ 800 mil que a SBSC tem arcado sozinha desde janeiro de 2023.

Hospital Anita Gerosa: 20 Anos de Atendimento e uma Grave Crise Financeira

Com 20 anos de história, o Hospital Anita Gerosa se destaca como referência no atendimento à saúde de Ananindeua. No entanto, a crise financeira provocada pelo não pagamento de repasses da Prefeitura tem comprometido a sustentabilidade da instituição. A dívida de R$ 3 milhões, além dos custos operacionais diários, levou a SBSC a interromper os serviços de emergência, internações e a maternidade.

Por outro lado, a unidade manterá o atendimento de consultas e exames para pacientes conveniados e particulares, mas o impacto para os usuários do SUS será significativo.

Ananindeua em Colapso: Prefeitura Não Cumpre Pagamentos aos Hospitais

A situação financeira de Ananindeua, sob a gestão do prefeito Daniel Santos (PSB), tem se agravado nos últimos anos. A cidade enfrenta um colapso na gestão de resíduos e serviços hospitalares, com destaque para o acúmulo de lixo nas ruas e os atrasos no repasse de verbas para hospitais, que atendem principalmente a população mais carente.

Em 2023, o município de Ananindeua foi tomado por uma crise no setor de coleta de lixo, com empresas contratadas enfrentando atrasos de até sete meses nos pagamentos, gerando uma dívida superior a R$ 42 milhões somente em 2024. Ao mesmo tempo, o Hospital Anita Gerosa e outros hospitais públicos enfrentam um calote de mais de R$ 3 milhões, o que ameaça paralisar serviços essenciais para a população.

O Impacto das Dívidas nos Hospitais de Ananindeua

O Hospital Anita Gerosa, que é a única maternidade 24 horas de Ananindeua, tem sido severamente impactado pela falta de repasse de verbas do SUS. A dívida da Prefeitura de Ananindeua com a unidade já chega a quase R$ 3,4 milhões. A situação não é única: o Hospital de Clínicas de Ananindeua (HCA) também enfrenta uma dívida de R$ 7 milhões, acumulada desde 2021, o que resultou na suspensão do atendimento aos pacientes do SUS.

Crise Política e Administrativa em Ananindeua

A crise financeira não se limita aos hospitais. A gestão do prefeito Daniel Santos também é marcada por escândalos de corrupção e falhas na administração pública. O atraso nos pagamentos ao Hospital Santa Maria, de sua propriedade, levanta suspeitas de favorecimento, enquanto a população sofre com a precariedade dos serviços públicos essenciais.

Em meio a essa crise, a saúde pública de Ananindeua continua a ser um dos setores mais afetados, com a população local perdendo acesso a serviços essenciais, como atendimentos médicos e maternidade.

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.