PODER E GLÓRIA COM QUE DINHEIRO?

Hora do luxo! Veja como são e quanto custam os relógios finos de Daniel Santos

O agora afastado prefeito Daniel Santos parece ter encontrado tempo (e gosto) para colecionar relíquias que não cabem no pulso de qualquer mortal.

Foto: Divulgação
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Enquanto os moradores de Ananindeua afundam — literalmente — no lixo e na lama, o agora afastado prefeito Daniel Santos parece ter encontrado tempo (e gosto) para colecionar relíquias que não cabem no pulso de qualquer mortal. A pequnta quer não quer calar: foram comprados com que dinheiro?

Isso porque a força-tarefa do Ministério Público do Pará, com apoio da Polícia Civil, encontrou na operação e busca e apreensão realizada ontem 16 relógios de luxo masculinos avaliados em cerca de 3 milhões, escondidos no apartamento alugado por Santos em Fortaleza, Ceará.

E que horas marcavam esses belos relógios suíços? Certamente não era a hora da vergonha. Entre os modelos encontrados estão peças das marcas Rolex, Patek Philippe e Audemars Piguet, segundo O MPPA, marcas tão discretas quanto um trator em um beco. Para quem não está familiarizado com esse universo reluzente, o DIÁRIO fez uma rápida pesquisa e mostra agora um pouco da origem e valores médios dessas pequenas joias:

As Marcas de Luxo dos Relógios Apreendidos

Rolex: fabricado na Suíça, símbolo máximo do “sucesso”, Modelos da marca chegam a ultrapassar facilmente os R$ 500 mil, dependendo da edição.

Patek Philippe: também suíço, ostenta peças que são verdadeiras joias mecânicas — e que custam entre R$ 800 mil e R$ 1,5 milhão.

Audemars Piguet: outra gigante suíça, famosa pelo modelo “Royal Oak”, que pode ultrapassar R$ 700 mil.

Pulso zero para resolver problemas de Ananindeua

Os relógios milionários do prefeito afastado contrastam com a Ananindeua de hoje, que coleciona hospitais fechados, crateras e montanha de lixo nas ruas, um sistema de esgoto que parece ter parado no século XIX (ou simplesmente nunca ter começado).
O contraste é quase poético: de um lado, relógios suíços de precisão milimétrica; de outro, o relógio da administração pública de Daniel Santos, sempre atrasado — quando não quebrado de vez.

Moradores convivem com pilhas de lixo não recolhido, unidades de saúde fechadas por falta de médicos e insumos, escolas com salas superlotadas e uma infraestrutura que lembra cenários de guerra. Mas, para o prefeito, a prioridade parece ser medir o tempo com o que há de mais caro no planeta.

Não se sabe ainda se os relógios serão leiloados, devolvidos ou se vão acabar como prova de que o luxo de alguns se sustenta no abandono de muitos.