Neste sábado (23), o Hospital Ophir Loyola (HOL) iniciará mais um mutirão de cirurgias reparadoras para atender pacientes com lesões de pele mutilantes ou desfigurantes no corpo. Desta vez, serão assistidos casos mais complexos em alusão ao Dezembro Laranja, mês de conscientização sobre o câncer de pele.
Serão beneficiados 24 pacientes previamente selecionados. Eles aguardam pelas cirurgias para restabelecer a forma e corrigir déficits funcionais das regiões acometidas pela doença, considerada a mais comum de todos os tipos de câncer.
Aos 61 anos, o paciente Ubiratan Gomes conta que em 2010 fez um tratamento contra o câncer de pele no ombro, mas, este ano, surgiu uma pinta no rosto. Após exames, ele foi diagnosticado com câncer novamente. “Eu me internei segunda-feira, apesar de estar ansioso, sei que estou no lugar certo para receber a assistência adequada, assim como fui atendido na primeira vez que estive aqui”, disse Ubiratan.
De acordo com os médicos, o câncer de pele ocorre devido ao crescimento desordenado das células e pode surgir em qualquer parte do corpo de forma mais ou menos agressiva. Ele acomete principalmente pessoas com mais de 40 anos de fototipos mais claros, que frequentemente se expõem ao sol sem proteção adequada.
Somente o Brasil deve registrar mais de 220 mil casos novos para cada ano do triênio de 2023 a 2025, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Os tipos mais comuns são o carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular, chamados de câncer de pele não melanoma.
Um levantamento do Inca, apontou que a doença deve acometer 2.440 paraenses até o final deste ano. Os especialistas do Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) do Hospital Ophir Loyola apontam que o perfil dos pacientes assistidos é formado por pessoas que residem na zona rural ou área de praia, trabalham e expõem-se de modo prolongado à radiação solar e muitas vezes iniciaram essa exposição desde a infância.
“A maioria é agricultor, pescador, pessoas que passaram bom tempo de suas vidas expostas à radiação ultravioleta emitida pelo sol sem a devida proteção, por isso sofreram mutações no DNA das células que cresceram de forma anormal e ocasionaram o câncer. Não atentaram aos sintomas iniciais como manchas e pintas que não cicatrizam e evoluem com lesões mutilantes e desfigurantes que trazem impactos na funcionalidade, na autoestima e na qualidade de vida dessas pessoas”,explicou o cirurgião oncológico Rafael Maia.
Conforme explica o especialista, a remoção cirúrgica do tumor também pode originar cicatrizes ou deformidades, assim como a evolução da doença. “As cirurgias reparadoras vão reverter alterações importantes da parte estética causadas pelo tratamento oncológico e pelo desenvolvimento do câncer, principalmente em áreas delicadas como rosto, pescoço e ombro. Estamos tratando não somente a questão da saúde, mas da aparência do paciente para que possam ter uma qualidade de vida”, destacou Rafael Maia.