A Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) está entre as cinco instituições, entre os 14 hemocentros testadores do Brasil, a fazer o teste molecular para detecção da malária.
Nesta quinta-feira (27) houve o primeiro teste de rotina com amostras de sangue coletadas no hemocentro-sede, em Belém. A tecnologia também atenderá demandas de outros municípios paraenses e do Estado do Amapá que enviarem material coletado em áreas com altos índices de malária.
No Hemopa são feitos dois tipos de triagem para doenças transmissíveis pelo sangue: a triagem sorológica, que identifica o anticorpo e o antígeno, semelhante ao teste de Covid-19 realizado em farmácias, e a plataforma do Teste do Ácido Nucleico (NAT) para identificar o material genético (RNA ou DNA). É uma tecnologia complementar ao teste sorológico, que visa garantir mais especificidade na triagem das bolsas de sangue.
A triagem molecular já é realizada pela Fundação Hemopa para detecção do vírus HIV e dos vírus causadores das hepatites B e C. Agora, com a modernização da plataforma, foi incluído o teste para malária.
“Nas unidades do Hemopa em municípios localizados em áreas endêmicas, como Marabá, Redenção, Santarém e Altamira, nós temos o teste chamado gota espessa, que identifica de forma limitada pessoas com sintomas de malária. Com o teste de PCR é possível identificar o DNA do parasita, mesmo em pessoas assintomáticas. Com isso, a gente consegue comprovar o teste positivo ou negativo, popularmente falando”, explicou Mauricio Koury Palmeira, biomédico e coordenador de laboratórios da Fundação Hemopa.
Aumento das doações
O novo teste deve viabilizar o aumento das doações, uma vez que supera as testagens tradicionais hoje utilizadas nos hemocentros do País. Segundo o presidente da Fundação Hemopa, Paulo Bezerra, é um investimento em tecnologia fundamental para a abrangência na captação de doadores. Isso só engrandece a segurança transfusional no Pará e o tratamento dos pacientes que precisam de uma bolsa de sangue.
“Com a ampliação da testagem garantimos um aporte maior de candidatos à doação de sangue, especialmente nas campanhas em regiões com altos índices para a doença, tendo em vista que as bolsas de sangue podem ser processadas em Belém, garantido a distribuição com toda a segurança necessária para abastecer os municípios do Estado”, destacou Paulo Bezerra.
“Para quem está nos bastidores do ciclo do sangue é uma satisfação ver esse desenvolvimento e estímulo na implantação das tecnologias, porque, normalmente, o doador vê a recepção e as salas de triagem e de coleta, muitas vezes sem saber que tem um mundo maior, um mundo tecnológico aqui dentro para garantir o melhor sangue para quem precisa”, ressaltou a biomédica Letícia Lamarão.