MANIFESTAÇÃO

Grito dos Excluídos sai às ruas no 7 de Setembro; veja programação em Belém

Em Belém, a mobilização, que acontece nacionalmente no Dia da Independência, terá seu início frente à Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré

Caminhada chega em sua 30ª edição. Foto: Divulgação
Caminhada chega em sua 30ª edição. Foto: Divulgação

Com atos públicos, manifestações e caminhadas marcados em várias capitais do Brasil, o Grito dos Excluídos chega à sua 30ª edição no sábado, dia 7 de setembro de 2024, consolidando-se como uma das principais manifestações populares do país. E, em Belém, a mobilização, que acontece nacionalmente no Dia da Independência, terá seu início frente à Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, a partir das 10h.

“O grito é a oportunidade para refletir e para dizer quanto queremos caminhar rumo à vida e à dignidade. Alimentar a esperança de um mundo melhor, de uma sociedade mais justa e mais fraterna. E esse mundo será concretizado na medida em que as organizações, juntamente com aqueles e aquelas que têm seus direitos negados, possam ser sujeitos dessa sociedade”, afirma Jorge André Silva, membro da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Neste ano, a manifestação traz como tema “Vida em Primeiro Lugar!”, acompanhado do lema “Todas as formas de vida importam! Mas quem se importa?”. As frases são chamadas para reafirmar o compromisso em defesa da vida em todas as expressões e provocar reflexão sobre a indiferença da sociedade em relação às múltiplas formas de exclusão.

História 

Realizado em 170 localidades, o primeiro Grito dos Excluídos e Excluídas foi realizado em 7 de setembro de 1995, tendo como lema “A vida em primeiro lugar”. Mas foi somente a partir de 1996, que a manifestação foi assumida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que o aprovou em sua Assembleia Geral como parte do Projeto Rumo ao Novo Milênio (PRNM).

A manifestação nasceu como uma iniciativa de propor um contraponto ao grito de “Independência ou Morte”, proferido em 1822, por Dom Pedro I. E, de acordo com Jorge André Silva, neste sentido, visa impulsionar vozes da população subalterna que vive nos campos e nas periferias das grandes cidades. 

“Nada melhor do que esta data para refletir sobre a soberania nacional. Nesta perspectiva, o Grito se propõe a superar um patriotismo passivo em vista de uma cidadania ativa e de participação, colaborando na construção de uma nova sociedade, justa, solidária, plural e fraterna”, disse.

Programação

No dia 3 de setembro de 2024, a coletiva nacional de imprensa do Grito dos Excluídos e Excluídas será realizada para celebrar os 30 anos do movimento. O evento está marcado para começar às 11h (horário de Brasília), virtualmente, com transmissão ao vivo na página, no canal do Grito e nas mídias de entidades parceiras.

Já no dia da Independência, 7 de setembro, a cidade de Belém dá início à mobilização, em frente à Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, a partir das 10h. A ideia é mobilizar a sociedade na luta por direitos, como saúde, educação, habitação e segurança alimentar, e no combate ao racismo, violência policial, violência contra as mulheres e outras formas de discriminação e ódio. 

O movimento também se une à pauta das comunidades rurais e tradicionais, defendendo o direito à terra, a agricultura familiar baseada na agroecologia, o acesso a alimentos saudáveis e a soberania alimentar. 

“A manifestação pode ser definida como uma forma de revelar, à luz do dia e diante da opinião pública, as dores e sofrimentos que governos e autoridades tendem a varrer para debaixo do tapete. Trazer à superfície os males e correntes profundas que atormentam o dia-a-dia da população de baixa renda”, concluiu Jorge André Silva.