Um ambiente voltado ao suporte médico, emocional, psicossocial e espiritual de pessoas com câncer em progressão e sem perspectivas de cura, que necessitam de internação. O Centro de Cuidados Paliativos Oncológicos (CCPO) do Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém, foi entregue pelo Governo do Pará nesta terça-feira (30), reforçando a atenção destinada a pacientes oncológicos no Estado. O governador Helder Barbalho percorreu as novas dependências do prédio, com 30 novos leitos. O “Ophir Loyola” é pioneiro no oferecimento desse serviço no norte do Brasil.
Cerca de 7.500 pacientes oncológicos realizam tratamento no HOL. Além da oncologia, o Hospital é referência em transplantes, neurocirurgia, neurologia e nefrologia, especialidades que, juntas, proporcionam mais de 1 milhão de atendimentos ao ano. De janeiro a março deste ano, a unidade prestou assistência a 252 pacientes em cuidados paliativos, em regime de atendimento ambulatorial, internação e visita domiciliar.
Com quase 2.600 metros quadrados (m²), o CCPO dispõe de área de internação com características de uma unidade de terapia semi-intensiva, leitos de isolamento e acesso direto às ambulâncias. Há sala de espera, biobanco, consultórios, sala de ultrassonografia, laboratórios de citologia e imunologia, farmácia, recepção, rouparia, almoxarifado, serviços de fisioterapia, nutrição e dietética, e Centro de Material e Esterilização (CME). O CCPO conta ainda com um andar dedicado ao Ensino e à Pesquisa, que contribuem para os avanços da medicina e possibilitam melhorias no atendimento de alta complexidade.
Conforto ao usuário – Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os cuidados paliativos consistem em uma abordagem multidisciplinar direcionada a melhorar a qualidade de vida de pacientes, familiares e cuidadores, que enfrentam problemas associados a doenças que ameaçam a vida.
Habilitado como Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), pelo Ministério da Saúde, o HOL implantou uma Clínica de Cuidados Paliativos Oncológicos em 2001. Desde então, passou a oferecer uma assistência ativa em internação hospitalar, serviço de pronto atendimento, assistência ambulatorial e domiciliar aos enfermos com esse perfil.
Apesar de contar com equipe exclusiva para este atendimento, havia a necessidade de uma ambiente mais acolhedor e específico para receber os pacientes durante o período de hospitalização. Em 2019, no primeiro ano de gestão, o governador Helder Barbalho visitou o Hospital Ophir Loyola e constatou a grave situação em que o prédio se encontrava. Além das obras de modernização já entregues, e das que ainda estão em curso na unidade, uma das prioridades do Governo foi garantir assistência humanizada aos pacientes na fase da terminalidade.
Vanguarda – “Hoje, todos nós estamos vendo nascer um sonho para o atendimento ao câncer em nosso Estado. Somos o primeiro Estado da região Norte do Brasil a implementar um Centro de Cuidados Paliativos na área de oncologia. Esse é um olhar de vanguarda do nosso governo, e vai ao encontro da legislação da saúde pública do Estado do Pará, porque sabemos o quanto o câncer pode ser sofrido e doloroso, e precisamos ter um olhar humanizado. É um papel fundamental para eficiência e eficácia da assistência, a fim de garantir o direito das pessoas de lutar pela vida”, ressaltou Helder Barbalho.
O chefe do Executivo disse ainda que os enfermos serão assistidos por uma equipe altamente especializada, com expertise necessária para atuar com a medicina paliativista. “Agradeço aos profissionais que se dedicam a esta missão, e à parceria de todos aqueles que contribuem para que projetos como esse se tornem realidade. Aproveito a oportunidade para fazer justiça à atual secretária de Saúde, Ivete Vaz, que inaugurou um novo tempo quando esteve à frente da gestão do Hospital, e hoje está à frente da Sespa (Secretaria de Estado de Saúde Pública). Neste momento oportuno, ressalto que as obras de reestruturação e modernização do parque tecnológico estão em andamento no prédio-sede para a instalação de equipamentos, como o Pet-Scan e aceleradores lineares”, acrescentou.
O CCPO oferece conforto e dignidade aos usuários e seus familiares. Acolhimento mais que necessário, como reiterou a titular a secretária Ivete Vaz. “Na unidade, pacientes sem propostas de terapias modificadoras ou curativas da doença oncológica serão acompanhados de forma ativa e integral. Isso significa que, no Centro, receberão uma melhor abordagem biopsicossocial, ou seja, uma assistência especializada para atender os aspectos biológicos, psicológicos e sociais do usuário, a fim de promover o alívio do sofrimento multidimensional presente em um momento de extrema fragilidade”, acrescentou a secretária.
Equipe especializada – O diagnóstico do câncer não afeta apenas o paciente, mas a dinâmica familiar, com as mudanças na rotina devido aos cuidados com o doente. O Centro estabelece condições necessárias para a prestação de assistência personalizada, com equipe multidisciplinar e procedimentos hospitalares especializados. Os especialistas atuarão com novos protocolos de manejo de sintomas, seguindo novos fluxos que garantirão melhores práticas assistenciais.Foto: Marco Santos / Ag. Pará
Para o diretor-geral do HOL, João de Deus, a assistência humanizada ajuda a minimizar o estresse emocional ocasionado por angústias, incertezas e desafios associados ao cuidado de um ente querido que passa por uma enfermidade complexa. “Com uma equipe altamente qualificada, o Centro está pronto para oferecer um suporte abrangente e compassivo aos usuários em um ambiente acolhedor, onde o conforto e a dignidade são prioridades. Desde a gestão da dor até o apoio emocional, passando pela orientação sobre decisões de fim de vida, o CCPO proporcionará uma experiência holística e humanizada para os pacientes”, informou o gestor.
O CCPO também será um campo de Ensino e Pesquisa para a Residência Multiprofissional em Oncologia – Cuidados Paliativos do HOL, formando especialistas de alto nível de conhecimento técnico e científico. A ideia é aumentar a compreensão e reduzir o estigma em torno da filosofia paliativista, contribuindo com práticas assistenciais interdisciplinares e humanas, essenciais ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).