Alexandre Nascimento
Na noite desta quinta-feira (8), o governador do Pará, Helder Barbalho, apresentou os resultados da Operação Curupira que combate o desmatamento, após um ano de atividades, organizada pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), com apoio dos órgãos que compõem a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup).
Os números revelam uma redução de 67% na exploração da natureza nos 15 municípios paraenses, o que destaca o avanço significativo contra os crimes ambientais. O governador também anunciou novos investimentos visando à preservação da Amazônia, sobretudo devido aos preparativos para a COP 30, em que Belém sediará, em 2025.
O evento aconteceu no teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, e contou com a presença do delegado Ualame Machado, secretário de Segurança, Mauro O’ de Almeida, titular da Semas, entre outras autoridades.
De maneira prática, a Operação Curupira foi instituída pelo Decreto Estadual nº 2.887, de 07 de fevereiro de 2023, que determinou Emergência Ambiental em Altamira, Anapu, Pacajá, Itaituba, Portel, Senador José Porfírio, Novo Repartimento, Rurópolis, Placas, Trairão, Jacareacanga e Medicilândia, Novo Progresso São Félix do Xingu e Uruará, considerados os 15 municípios mais críticos para o desmatamento. Com apoio das polícias Científica, Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, além da redução do desmatamento, a operação ainda registrou 521 fiscalizações, a aplicação de 234 infrações, a aplicação de R$ 99,2 milhões em multas e a destruição de 46 garimpos ilegais.
“O Pará apresenta números comparativos de 2022 para 2023 que ultrapassam 50% na redução do desmatamento e, particularmente, a Operação Curupira é responsável por atuar nos 15 municípios com maior índice de desmatamento. Em um primeiro momento, com três bases fixas da Operação, estamos aqui para apresentar a redução de 67% dos alertas de desmatamento nestas 15 cidades, que representavam mais de 80% de todo o desmatamento do Estado. Então, podemos dizer que foi uma estratégia acertada entre os órgãos ambientais e de segurança”, declarou Helder Barbalho.
Mas, a eficácia das ações integradas pela Operação Curupira também refletiu na redução da criminalidade violenta nos municípios abrangidos pelo decreto estadual de emergência ambiental. “Os dados da Segup mostram que entre os municípios atendidos pela Operação apresentaram redução nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), que inclui homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte, como Anapu que teve redução de 59,38%, Itaituba com queda de 31,82%, Altamira 27,69%. Esses números mostram o impacto positivo da integração das forças de segurança”, disse Ualame Machado.
Dessa forma, durante o evento de apresentação, o governador Helder Barbalho homenageou todos os servidores que atuaram na Operação Curupira, por meio da entrega de certificados aos comandantes e diretores das forças integradas. “Quero dizer que nesta cerimônia tenho a satisfação de agradecer cada um dos 667 dos servidores, de todos órgãos envolvidos, que participaram e contribuíram para os números positivos deste primeiro ano de operação. Eles serão homenageados em publicação no Diário Oficial”, agradeceu o governador.
Continuidade
De acordo com o governador, as ações da Operação Curupira terão continuidade, uma vez que o decreto segue vigente, após renovação por mais 180 dias, desde o dia 2 de fevereiro.
Para isso, durante o evento o governador apresentou mais aquisições, como três unidades móveis de fiscalização da Semas, 150 GPS, 25 notebooks, 10 drones, 70 tablets, 40 impressoras e 12 rádios transmissores, num investimento de cerca de R$ 2 milhões. “Teremos novos desafios em 2024, então iremos reforçar a presença do Estado nas ações de combate aos crimes ambientais. Para isso, não haverá contingenciamento de verbas para a Operação Curupira, pois queremos ser ainda mais eficazes no combate aos crimes ambientais”, disse Helder Barbalho.
“A continuidade da operação reforça o compromisso do Governo com a proteção da Amazônia, visando garantir um futuro sustentável para as gerações presentes e futuras. É um olhar pelas pessoas que vivem nas florestas, como os produtores rurais, os povos tradicionais e os quilombolas. Podemos fazer o uso da natureza, mas que seja com respeito às normas ambientais que envolve combater o desmatamento”, concluiu Helder Barbalho.