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Golpes Financeiros no Pará: Como se proteger e recuperar seu dinheiro

A realidade é de uma parcela de 24% da população tendo sido vítima de fraudes online entre outubro de 2023 e agosto de 2024 (Instituto Datasenado).

A realidade é de uma parcela de 24% da população tendo sido vítima de fraudes online entre outubro de 2023 e agosto de 2024 (Instituto Datasenado).
A realidade é de uma parcela de 24% da população tendo sido vítima de fraudes online entre outubro de 2023 e agosto de 2024 (Instituto Datasenado).

O cidadão brasileiro hoje em dia precisa fazer malabarismos para evitar golpes financeiros, que tornaram-se onipresentes – estão nas ligações de telemarketing fraudulento que se repetem várias vezes ao dia, em boletos avulsos enviados por e-mail, SMS, WhatsApp e até mesmo gerados juntos às instituições financeiras. A realidade é de uma parcela de 24% da população tendo sido vítima de fraudes online entre outubro de 2023 e agosto de 2024 (Instituto Datasenado).

Apesar de esta ser uma data muito esperada, já que hoje é considerada a Black Friday do primeiro semestre, em função das muitas promoções realizadas em todos os setores do varejo, é também momento de reforçar que o consumidor tem para onde correr tanto no sentido de se manter informado sobre segurança digital para não cair em armadilhas como também para pedir ajuda depois de se descobrir vítima de alguma armação do tipo.

Yuri Villanova, titular da Delegacia do Consumidor, vinculada à Polícia Civil do Estado do Pará (PC-PA), reforça que o consumidor, a vítima, pode contar com uma rede de proteção ao consumidor, que envolve a Diretoria de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), a Defensoria Pública do Estado do Pará, o Ministério Público do Estado do Pará, e outros órgãos de fiscalização.

“Mas nos casos de golpes financeiros, de crimes, o ideal é que a vítima busque a Delegacia do Consumidor para que seja registrada a ocorrência e para que o crime seja apurado, até para confirmar se foi mesmo golpe ou não”, orienta a autoridade policial.

Sem citar números ou percentuais, o delegado confirma que a PC-PA tem tido bons resultados na apuração da autoria do cometimento desses tipos de crimes, identificando o golpista, às vezes até mesmo em outros estados da federação, conseguindo prisões, busca e apreensão.

Nesta sexta-feira, 14 de março, a Polícia Civil do Pará deflagrou a operação “Fraudes Digitais” para cumprir mandados de prisão temporária e de busca e apreensão contra investigados pela realização de operações financeiras fraudulentas. Os criminosos envolvidos causaram mais de R$ 600 mil em prejuízos às vítimas ao realizar empréstimos, saques e transferências bancárias de forma fraudulenta.

Porém, mesmo com a identificação e até prisão do(s) suspeito(s) segue sendo praticamente impossível a recuperação do dinheiro perdido.

“A grande dificuldade é mesmo de reaver valores, pela forma como é cometido o crime. O dinheiro que o golpista consegue retirar da vítima passa por várias contas, vários bancos, às vezes em outros estados é feito o saque”, justifica Yuri.

“Em nossas apurações e investigações, com todo esse protocolo, muitas vezes já sacaram o dinheiro, já deram destinação sem que a gente consiga apreender e devolver para a vítima”, explica.

Prevenir golpes financeiros custa um total de zero reais

O titular da Delegacia do Consumidor ressalta que, se o consumidor tem contato direto com o banco do qual é correntista, conhece bem as funcionalidades do aplicativo de internet banking da instituição financeira e busca ter um contato direto com o gerente de sua conta, sabe como funciona os protocolos, são mais chances de, no caso de um golpe aplicado, conseguir minimizar os danos.

“Um exemplo: os bancos possuem o Mecanismo Especial de Devolução (MED) para apuração de fraudes, que muitas das vezes evita que o golpista consiga sacar o dinheiro. Se a pessoa percebeu que caiu em um golpe e comunica imediatamente, a instituição financeira tem que congelar aquele dinheiro e fazer a apuração do indicativo de golpe/fraude”, informa.

“É muito eficaz, mas acontece muito de a pessoa só saber da existência disso depois que o golpe já foi aplicado. Por isso que o ideal é se informar sobre segurança financeira antes para poder usar esse serviço a tempo”, recomenda o delegado.

No fim das contas, a melhor forma de evitar golpes financeiros é ter o máximo de atenção ao realizar transações financeiras, garante Vilanova. Quando houver necessidade de fazer um pagamento, o ideal é ficar atento a todos os detalhes.

“Por mais que haja complexidade e inventividade dos golpistas, é possível identificar falhas no momento do pagamento. Minha sugestão é: nas plataformas digitais, evitar pagar nada por boletos ou links ou documentos enviados de maneira avulsa. Se você recebeu uma conta, vá ao site da empresa e cheque se esse valor é real, se é devido mesmo, ao que se refere”, conclui a autoridade policial.


O que diz o Banco Central sobre como agir quando se desconfia de golpe ou fraude financeira

Entre em contato com seu banco, o mais rapidamente possível, para informar sobre o ocorrido e solicitar a devolução dos valores através do Mecanismo Especial de Devolução (MED). O MED é um mecanismo exclusivo do Pix criado para facilitar as devoluções em caso de fraudes, aumentando as possibilidades de a vítima reaver os recursos.

Se necessário, registre uma reclamação informando todos os dados, comprovantes e documentos, inclusive o Boletim de Ocorrência (B.O).

Com o seu relato, o banco deve registrar uma notificação de infração em sistema do Banco Central, o banco do suposto golpista irá bloquear os valores e ambas as instituições terão um tempo para avaliar detalhadamente o caso. Após sete dias, se for comprovado o golpe ou a fraude, o seu dinheiro será devolvido em até 96 horas. Caso não haja saldo suficiente para efetuar a devolução total dos valores, até o prazo máximo de 90 dias da transação original a instituição de relacionamento do recebedor deve monitorar a conta e, surgindo recursos na conta, deve efetuar devoluções parciais.

Se sua situação não for resolvida, procure o Procon de seu estado ou o Poder Judiciário, ou registre uma reclamação no BC.


Os golpes financeiros mais frequentes da internet

Somente em 2023, os golpes online tiveram um aumento de 35% em relação ao ano anterior, segundo dados da Associação de Dados Pessoais e Consumidor. Por isso, confira quais são os principais tipos e saiba como se proteger das tentativas de fraudes.

  1. Phishing
    O phishing é um dos golpes da internet mais comuns. Para aplicá-lo, os criminosos enviam e-mails ou mensagens de texto se passando por empresas reais. Nessas mensagens, eles podem pedir para que a pessoa faça o download de um arquivo ou acesse um determinado link.
  2. Pharming
    O pharming é a combinação dos termos phishing e farming. Os criminosos que aplicam esse golpe redirecionam os usuários para sites fraudulentos com o objetivo de roubar os dados dessas pessoas.Como se proteger:
    • Certifique-se de que você realmente está no site oficial da loja – principalmente se tiver recebido algum link com uma oferta por e-mail, WhatsApp ou SMS.
  3. Vishing
    O vishing é um golpe que utiliza a voz para enganar a pessoa. Nesse caso, o bandido entra em contato com a vítima, ou induz ela a ligar para ele por meio de mensagens fraudulentas, para obter dados sensíveis dessa pessoa.Como se proteger:
    • Não informe seus dados pessoais e bancários por telefone;
    • Entre em contato com empresas apenas pelos canais de atendimento que constam nos seus sites oficiais.
  4. Smishing
    Também conhecido como phishing por SMS, o smishing é um golpe financeiro aplicado por meio de mensagens de textos enviadas para dispositivos móveis.Como se proteger:
    • Tome os mesmos cuidados listados no phishing e no pharming.
  5. Golpes em redes sociais
    Há vários tipos de golpes que podem ser aplicados nas redes sociais. Um dos mais conhecidos é quando o criminoso consegue o acesso à conta de uma pessoa e começa a pedir dinheiro para os seguidores dela ou a vender produtos inexistentes.Como se proteger:
    • Não clique em links enviados por pessoas que você não conhece.
  6. Golpes do Pix
    Entre os golpes financeiros mais comuns no Brasil está o golpe do Pix, que pode ser feito de diferentes maneiras.Como se proteger:
    • Sempre verifique no aplicativo ou internet banking oficial do seu banco as informações sobre os Pix enviados.
  7. Golpes de e-commerce
    Os golpes de e-commerce podem ser aplicados tanto por estabelecimentos fraudulentos quanto por compradores que utilizam dados falsos ou roubados.Como se proteger:
    • Negocie apenas diretamente com o vendedor/comprador, para evitar o golpe do intermediário.
  8. Golpes do WhatsApp
    O WhatsApp é um dos alvos preferidos dos cibercriminosos. As fraudes mais conhecidas envolvendo esse aplicativo são a clonagem e o novo número.Como se proteger:
    • Não compartilhe seus dados pessoais com ninguém por e-mail, telefone e WhatsApp.
  9. Golpe do suporte técnico falso
    Para aplicar esse golpe, os cibercriminosos abordam a vítima se passando por funcionários de grandes empresas via WhatsApp, ligação ou e-mail.Como se proteger:
    • Não informe seus dados pessoais e bancários por telefone, e-mail, WhatsApp ou qualquer outro canal.
  10. Golpe do marketing multinível
    Outro golpe que está circulando na internet é o do marketing multinível ou pirâmides financeiras.

Como se proteger:

  • Desconfie de pessoas que prometem retornos financeiros muito altos a partir de depósitos bancários.
  1. Golpe da vaga de emprego
    Vários criminosos estão usando o nome de grandes multinacionais, como a Amazon e o Google, para roubar dados e dinheiro das vítimas.

Como se proteger:

  • Desconfie de propostas de trabalho em que você tenha que pagar para participar do processo seletivo.
  1. Golpe do falso boleto
    Como o próprio nome diz, no golpe do falso boleto um cibercriminoso envia um boleto fraudulento à vítima por e-mail e até via carta física.

Como se proteger:

  • Verifique se o número do código de barras localizado na parte de cima do boleto é igual o número do código de barras localizado na parte inferior.
  1. Golpe do falso pagamento
    Sabia que nem sempre o comprovante de pagamento enviado pelo cliente significa que você realmente recebeu?

Como se proteger:

  • Verifique se o valor realmente entrou na sua conta antes de fazer o envio do produto.