Em ritmo de festa na sede da Fundação Pestalozzi do Pará, no bairro Souza, neste domingo (8), o tradicional Forrozão da Pestalozzi chegou à sua 23ª edição em um ano ainda mais simbólico: o da celebração dos 70 anos da instituição. Com entrada gratuita, ao som de muito forró, carimbó e outros ritmos da cultura paraense, o evento reuniu famílias, alunos, professores e convidados em uma grande celebração de solidariedade, alegria e inclusão.
“Essa edição representa um marco muito especial. São 23 anos de forrozão e 70 anos da Fundação, fundada em 1955. Hoje, somos a única fundação da Pestalozzi no Brasil – as demais são associações. Isso tem um significado muito grande para a gente”, destacou o presidente da instituição, Waldemar Mesquita Júnior. Ele reforça que o evento é mais do que uma festa. “Você vai ver aqui família; tem senhoras, senhores, crianças, jovens… todas essas pessoas que vêm com a gente festejar em um momento familiar. Isso, para nós, é muito gratificante”.
Com uma trajetória marcada por desafios e superações, a Fundação oferece atendimento educacional especializado a pessoas com deficiência intelectual, múltiplas deficiências e autismo. Atualmente, cerca de 250 alunos, de 7 a 70 anos de idade, participam de atividades pedagógicas e terapêuticas gratuitamente.
“Temos a Escola Lourenço Filho com 18 professores especializados, em parceria com a Seduc [Secretaria de Estado de Educação do Pará]. Cada aluno recebe um atendimento totalmente personalizado. A pessoa chega, passa por uma avaliação e, a partir daí, é encaminhada para o tipo de acompanhamento necessário, que pode ser diário ou algumas vezes na semana, tudo isso sem custo”, explicou Mesquita.
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Entre comidas típicas, apresentações de dança e sorteios de mais de R$ 10 mil em prêmios, o público pôde prestigiar uma programação recheada de atrações, como as bandas Warilou, Fruta Quente, Red Velvet, Sambloco, além de Jorginho Gomes, Layse, Kim Marques e a Orquestra de Percussão da escola de samba Quem São Eles.
A programação cultural do evento também foi protagonizada pelos próprios alunos da Fundação. O grupo folclórico da casa, formado por 20 jovens com deficiência intelectual, se preparou para as danças típicas como Carimbó. “Esse grupo representa muito, porque ele também completa 50 anos junto com os 70 anos da Fundação. E é muito gratificante ver uma instituição como essa resistindo e fazendo educação de verdade. É resultado de um trabalho coletivo muito grande. É só orgulho”, afirmou a professora de educação física Thays Reis, 47.
Para quem faz parte da Pestalozzi desde criança, como Paulo Clistines, de 28 anos, dançar é sempre a realização de um sonho. “Representa completamente, maravilhosamente para mim. Eu sempre gostei de dançar, qualquer ritmo, mas gosto muito da Joelma”, comentou entusiasmado. O jornalista Edson Oliveira, 61, foi conferir o forrozão pela segunda vez. “O que me fez voltar foi o forró brabo mesmo. Vim encontrar a galera e curtir a festa. É muito animada. Vim e vou ficar até quando der. Porque o forró vai até a hora que der, né?”, brincou.
SAIBA MAIS
Eventos como o Forrozão mostram a força da união entre comunidade, voluntários e apoiadores. A Fundação segue firme com seus três principais programas educacionais: o Programa de Estimulação Inicial (PEI), o Programa de Estimulação Continuada ( PEC) e o Programa de Multiletramento (PML), que garantem desenvolvimento de habilidades e mais autonomia aos alunos atendidos.
