Trayce Melo
Pelo terceiro ano consecutivo, não haverá a tradicional Festividade de Iemanjá, que já acontece há quase 50 anos, reunindo cerca de 70 mil pessoas em suas homenagens feitas na orla de Outeiro. Em dois anos, em decorrência da pandemia da Covid-19, não foi realizado o festival. Este ano, por conta das restrições com a quantidade de veículos durante o período de reformas na ponte, o evento continua suspenso.
“Não iremos pelo terceiro ano seguido organizar a festividade. O fator é o risco da grande afluência de veículos com a festividade, que em anos anteriores atingiu um público estimado em 70 mil pessoas. Cerca de 5 a 10 mil veículos iriam passar pela ponte, entre eles ônibus fretados. Por esse obstáculo, o evento está suspenso, pela incapacidade da ponte em receber carga acima da que foi orientada pelas autoridades. As medidas serão fiscalizadas pelos órgãos municipais”, explicou o presidente da União Religiosa dos Cultos Umbandistas e Afro-Brasileiros do Estado do Pará (URCABEP), coronel Itacy Domingues.
Os organizadores acreditam que adeptos do candomblé e outras religiões de matrizes africanas possam se organizar individualmente para o ritual às margens das praias da Ilha. “Não podemos proibir as pessoas de professarem a sua fé de forma individual. Não há restrição de que aqueles que porventura queiram cumprir suas obrigações, levarem suas homenagens, e celebrarem a rainha do mar em agradecimento”, declarou o coronel Itacy Rodrigues.
EVENTO
“Para nós, não acontecer o evento é lamentável. O evento promove Outeiro e Belém não só em questão de religiosidade, mas também traz melhorias para o distrito e movimenta o turismo local. No entanto, prezamos pelo bem-estar das pessoas. E nesse momento precisamos ter calma, projetamos que com a reforma da ponte concluída ano que vem possamos retomar com nossa festividade. Há uma expectativa muito grande que teremos a criação de uma segunda ponte em Outeiro, facilitando o acesso à Ilha”, afirmou.