Pará

Festival do Açaí terá troca de experiências entre o Pará e a Colômbia

Descubra como a Reforma Tributária pode encarecer o açaí e prejudicar as comunidades tradicionais que dependem dessa atividade.
Descubra como a Reforma Tributária pode encarecer o açaí e prejudicar as comunidades tradicionais que dependem dessa atividade. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará

Na segunda edição do Festival Açaí Pará – que será realizado no período de 14 a 16 de maio, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém -, será assinado um Termo de Cooperação Técnica entre o Governo do Estado do Pará e o Estado de Putumayo, na Colômbia, que vai possibilitar uma troca de experiências alusivas ao melhoramento na produção do fruto, o que incluiu uma visita de reconhecimento a uma estrutura de coleta de açaí por meio de cabeamento.

O Estado faz parte da região amazônica colombiana sendo uma das áreas de maior produção de açaí no país. Diferente do Pará, onde o fruto faz parte dos hábitos alimentares diários, no estado colombiano não há esse costume.

De 17 a 22 de março último, a missão paraense esteve em visita à Colômbia, para conhecer de perto o modo de produção e as tecnologias utilizadas para a melhoria da cultura extrativista local. A equipe conheceu as áreas de cultivos com variedades diferentes de açaizeiros e até de espécies que não existem no Pará no que se refere à produtividade.

O grupo formado por três servidores da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), um especialista na cultura do açaí da Embrapa Amazônia Oriental, empresários e diretores de empresas também participou de uma reunião em Bogotá – capital da Colômbia – com representantes de um grupo exportador de açaí no país. O grupo também conheceu o município de Puerto Assis, capital de Putumayo, no sul do país, que trabalha com comunidades extrativistas.

Um dos integrantes da missão paraense, o engenheiro agrônomo Geraldo Tavares, que é gerente de fruticultura da Sedap, informou que na reunião foi tratada a possibilidade de assinatura do acordo com o Governo do Estado, de cooperação técnica, para troca de experiências, o que incluiria, também, a participação das instituições de pesquisas, como as universidades locais. O termo, como explicou Tavares, abrangerá a troca de material entre ambos estados, capacitação e instalação de empresas do Pará na Colômbia.

“Também reunimos com o diretor de um fundo inglês que apoia e incentiva iniciativas para a agricultura sustentável e que poderá aportar recursos para projetos desta natureza”, detalhou o servidor da Sedap.

Diferente do que acontece no Pará, o açaí é produzido o ano inteiro e existe uma linha de estudo para a aquisição do fruto produzido na Colômbia para suprir a escassez do produto no período da entressafra paraense, conforme pontuou o engenheiro agrônomo.

“Eles produzem na nossa entressafra. Lá, eles têm quase o ano todo açaí porque chove durante o ano inteiro. São 4000 ml de pluviosidade anual, bem mais do que aqui. Até se especula que possa ser montada uma empresa nossa lá para abastecer o nosso mercado na entressafra”, comentou Tavares.

Apesar de ter muito açaí, Puerto Assis não é a maior produtora. A principal fica próxima ao oceano pacífico, que também é alvo de possibilidades, como revelou o engenheiro agrônomo.

O açaí e outras culturas são importantes na substituição do cultivo de coca, como afirmou Tavares, que tem reduzido seu preço de venda em função do surgimento de drogas sintéticas.

“Putumayo é o maior produtor de coca da Colômbia e necessita mudar este perfil para prática de cultivos legais”, observou.