Pará

Feira do Livro chega ao fim com boa avaliação

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Feira do Livro chega ao fim com boa avaliação

Difundir e valorizar a leitura é uma das principais missões possibilitadas pela Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, que encerra neste domingo sua 25ª edição. Autores regionais observam como positiva a retomada do evento no Hangar Centro de Convenções.

Um público fiel compareceu durante os nove dias de feira, para prestigiar as diversas atividades oferecidas. O professor Aderson Feio, 42, numa folga do trabalho, foi até o Hangar com a filha Suane, de 9 anos. “A Feira do Livro é uma grande oportunidade de incentivar as pessoas à leitura. Tenho duas filhas, sendo uma em idade escolar, então penso que é uma oportunidade muito legal para ela conhecer e entrar no mundo dos livros”.

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Para o professor, o idealserie ter outros grandes eventos como este com o mesmo fim. “Sou professor e, na escola, a gente pensa também em motivar os alunos a ler, porque às vezes eles querem saber mais das telas, do celular e da tevê e acabam perdendo uma oportunidade de crescer e aprender. Seria bom se a Feira não fosse só uma vez ao ano, mas que pudesse ter outras iniciativas grandes para o incentivo da leitura ao longo do ano”, aponta o visitante.

A escritora Maria Mariane está pela segunda vez na Feira do Livro, lançando um livro. Nesta edição, ela apresenta ao público o livro de poemas “Versos do Avesso”, um reflexo da vida da autora durante a pandemia. “O movimento tem sido bom desde o primeiro dia de Feira. É muito bom ver crianças, adolescentes e suas famílias, além de escolas visitando a gente porque o escritor precisa desse feedback e, ao mesmo tempo, de lugares que oportunizem uma segurança para publicar e ter acesso a esse público”, diz a autora, que integra a Academia Castanhalense de Letras (ACL) e tem em “Versos do Avesso” sua quarta obra de poemas.

Seu primeiro lançamento foi em 2018, também durante a Feira Pan-Amazônica do Livro. “O retorno é esperançoso porque nós precisamos viver o distanciamento de tudo. A Feira oportuniza que o leitor se encontre novamente com o escritor. É um alento que envolve lançamento de obras, mas ainda um momento de ressignificar o ambiente, já que o Hangar foi onde muitas pessoas se recuperaram, mas outras morreram. A gente pode ressignificar isso com poesia e cultura. É uma maneira de cultuar um momento novo”, analisa Maria Mariane.

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Mario de Almeida é outro escritor que está feliz com a receptividade do público. “É muito bom poder reencontrar leitores na Feira do Livro, que é uma vitrine, principalmente, para nós, escritores independentes, que estão na labuta há vários anos. Eu participo da Feira desde 2009, quando conheci [os escritores] Juraci Siqueira e Heliana Barriga. Para mim, essa volta depois da pandemia é essencial para nós e a população, para a valorização da leitura”, diz Mario. Ele lançou, no Ponto do Autor, o livro infantojuvenil “Portas Abertas”, feito quando Mario contraiu covid-19. “Eu passei três meses indo e voltando para o hospital, tive princípio de infarto, então, comecei a escrever para tirar aqueles pensamentos obscuros. Quando comecei a escrever, eram só coisas mórbidas, mas não era o que eu queria deixar caso morresse, então, lembrei da minha infância, quando tinha medo de injeção e a partir disso, criei o personagem principal do livro, pensado para amenizar o sofrimento. São portas abertas para a felicidade, para ver o mundo de forma diferente”, descreve o autor.

O recepcionista de hotel Francisco Mendes, 61, conta que foi à Feira para adquirir livro de algum autor paraense e encontrou um escritor homônimo. “É uma alegria muito grande para mim ver paraenses se destacando na literatura. Eu queria ver mais escritores presentes aqui, como os da minha cidade, Viseu. É uma forma de incentivar a literatura paraense”, afirma.

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SEBOS

Um coletivo de sebos também esteve representado durante a realização da Feira, com quatro estabelecimentos diferentes. “Está sendo muito interessante, estamos fazendo boas vendas. Tem gente que gosta muito de ‘garimpar’ livros bons e baratos nos sebos. De tudo um pouco tem no acervo, que chega a três mil livros só ali no estande. Tem ainda o público que curte quadrinhos. Inclusive o meu autoral, que está saindo bastante”, festeja o livreiro e também autor Alan Santos, criador de “O Poderoso Maximus”, um herói paraense, conta Alan.

“Ele é um professor de literatura que, de posse de um medalhão mágico, se transforma em super-herói. Procuro colocar temas mais do cotidiano, fugindo um pouco do herói contra vilão”, detalha o quadrinhista.