Michelle Daniel
Após dois anos cinzentos que transformaram o Hangar – Centro de Convenções em hospital de campanha na luta contra a Covid-19, o espaço volta a ter cores e vida com a reabertura oficial da 25ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes.
O evento que iniciou no último sábado (27), recebeu a visita de mais de 100 mil pessoas ao longo deste final de semana, lotando os cinco longos corredores com uma extensa programação voltada para toda a família. A Feira segue aberta ao público até o dia 4 de setembro, reunindo leitores, escritores e outros artistas locais e nacionais.
“Estava com um pouco de receio por conta de tudo que passou durante o período da pandemia, mas resolvi dar uma chance e ver como me sentiria aqui. Sem dúvida, ainda ficam as marcas, o sentimento. Querendo ou não, a vida volta ao normal e resta a gente aceitar que vai ter que seguir em frente e rezar para que a situação não volte”, comentou Aline Souza, estudante de 23 anos.
Assim como Aline, a professora de inglês Bruna Campos, de 31 anos, é frequentadora assídua da Feira desde criança. Ela diz que estava com saudade do evento. “Já é a cara do Hangar essa Feira. E confesso que estava bastante curiosa de como seria esse retorno depois do hospital. Fiquei bastante impressionada. Muita gente mesmo, está tendo uma programação bem bacana”, avaliou.
Os cinco corredores e dezenas de estandes traduziam a observação de Bruna. Preços atrativos, lançamentos, autógrafos, palestras, encontros literários e shows são alguns dos motivos que estão atraindo o público.
“Vim atrás de figurinha para o álbum da copa, mas já vi ali o beco do artista, comprei umas HQs, e ainda um livro que só encontrava na internet”, contou Dionísio Santos, de 39 anos, empresário. No domingo à noite, o governador Helder Barbalho visitou a Feira ao lado da esposa, Daniela Barbalho, e dos filhos.
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RESGATE
De acordo com o secretário de Estado de Cultura, Bruno Chagas, a Feira resgata o objetivo para qual foi criado o Hangar. “É com muita alegria que estamos nesse lugar que foi feito para feiras, para o negócio, para as convenções, shows e agora volta a receber essas programações celebrando a vida, acima de tudo, mantendo a memória do que aqui se passou. É muito especial para nós podermos celebrar a arte, a cultura, a poesia, a música”, disse.
Chagas afirma que no primeiro dia de evento, quase 30 mil pessoas estiveram no espaço e ontem, mais que dobrou. “As pessoas vieram, participaram da programação cultural, assistiram as palestras, os saraus, e a dona Onete fez uma apresentação belíssima para o público na noite do dia 27. E no domingo, batemos o recorde com mais de 70 mil pessoas. Enfim, uma programação vasta, rica e a nossa expectativa é que esses números só aumentem e no final tenhamos uma feira que bata mais um recorde de público”, aposta.
Público compareceu em peso para assistir as palestras e aproveitar as promoções de livros. FOTOS: Ricardo Amanajás
Este ano, a programação homenageia a cantora Dona Onete, e o escritor, jornalista e roteirista, Edyr Augusto Proença. Os encontros literários serão o ponto alto do calendário com participação dos homenageados. Os livros comercializados em sebos serão isentos de qualquer taxa comercial.
Ao todo, eles ocuparão cinco estandes, que reunirão os exemplares durante toda a programação da Feira. Além de toda a programação literária, serão realizados shows na Arena Externa do Hangar, incluindo grandes nomes paraenses que conquistam o cenário regional e nacional.
