Feira do Artesanato do Círio reúne 120 estandes e tem entrada gratuita

Com um espaço ampliado e estandes diversificados, a Feira de Artesanato do Círio (FAC) 2024 começou nesta quarta-feira (10), no estacionamento do Parque Urbano Belém Porto Futuro. Com uma estrutura de mais de 3 mil metros quadrados, o evento, que já é uma tradição do Círio de Nazaré, trouxe em sua 12ª edição mais de 120 estandes que reúnem peças que vão do tradicional miriti e cerâmica às criações inspiradas na maior festividade religiosa do Pará, o Círio.

Com entrada gratuita, e logo durante a cerimônia de abertura, o público já lotava o espaço. A exposição segue até quarta-feira, 16 de outubro.

A FAC é realizada pelo Sebrae no Pará e conta com da Secretaria de Estado de Cultura (Secult). Para Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae Pará, a FAC é uma oportunidade de valorização da cultura paraense, além de fazer conexão com eventos futuros, como a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30.

“O Sebrae já está há mais de dois anos trabalhando com foco na COP30. Dessa forma, o que nós queremos é colocar aqui nessa 12ª edição um pouco da amostra e da curadoria que nós estamos fazendo para os produtos que vão ser exportados para o mundo todo. Aqui tem a cultura pura do Pará, através de 122 estandes de artesãos”, ressaltou Rubens, empolgado com a participação de mais de 60 mil visitantes esperados durante toda a semana de feira, e com estimativa de gerar mais de 1,5 milhão em negócios.

As principais novidades desta edição, começando pela estrutura ampliada que, pela primeira vez, é um espaço único e refrigerado de mais de 3 mil metros quadrados, superando as edições anteriores, que utilizavam peças modulares. Rubens também destacou a inclusão de um espaço kids, inédito no evento, além do espaço Mundo Amazônia, onde sete etnias de povos originários de três regiões do Estado apresentam seu artesanato e cultura; e o espaço que, conforme ele, é uma “vitrine da Amazônia” com vários produtos de culinária.

A diversidade de artesanato chamou a atenção dos visitantes, com destaque para as peças de miriti, cerâmicas, cuias, sementes e madeira, todas cuidadosamente selecionadas por uma equipe de curadores, que levaram em conta sete critérios, e alguns deles são qualidade e inovação. Expondo no espaço Mundo Amazônia, a artesã Magna Silva, de 37 anos, responsável pela loja Xinguense, veio de São Félix do Xingu na companhia de outra artesã, a Pixere Kayapó, 40, e celebrou a primeira participação na FAC.

“Nossa loja trabalha com artesanato indígena e regional, envolvendo povos como os Kayapó, Juruna, Guajajara e tem os Canelas. É uma honra poder mostrar a beleza do trabalho indígena para o Brasil e o mundo. Trouxemos mais de mil peças, entre colares, pulseiras, bolsas e outros produtos feitos à mão, todos carregados de história e ancestralidade”, disse Magna.