CASO KARINA SANTOS

Familiares e amigos de biomédica morta fazem caminhada por justiça

Neste domingo, 01, os familiares e amigos da biomédica Karina Santos, morta no fim de semana passado, em Ananindeua, realizaram um ato em memória da jovem, na Praça Waldemar Henrique.

 Foto: Ricardo Amanajás / Diário do Pará.
Foto: Ricardo Amanajás / Diário do Pará.

Neste domingo, 01, os familiares e amigos da biomédica Karina Santos, morta no fim de semana passado, em Ananindeua, realizaram um ato em memória da jovem, na Praça Waldemar Henrique. O protesto tinha o objetivo de cobrar celeridade às autoridades responsáveis pelo caso. Durante a ação, os conhecidos de Karina pediram por justiça pela vítima e caminharam juntos até a Praça da República, no centro de Belém. 

“Aqui nós estamos pedindo por justiça. Estamos fazendo esse ato para que o poder público veja que queremos saber a verdade e queremos o culpado pelo assassinato da minha filha na cadeia. Estamos querendo chamar atenção para que a Karina não seja mais uma na estatística por feminicídio e não seja esquecida”, disse Solene Santos, 46, trabalhadora doméstica e mãe da Karina. 

No último fim de semana, a biomédica Karina Santos Pinto, de 25 anos, foi morta após disparo de uma arma de fogo dentro do veículo do ex-namorado, o ex-policial penal Davi Pessoa, enquanto ele dava uma carona para a vítima. Na versão do ex-namorado, Karina teria atirado contra o próprio peito dentro do carro. O suspeito chegou a admitir, por meio do advogado, que o relacionamento dos dois era conturbado. Na versão do ex-namorado, Karina teria atirado contra o próprio peito dentro do carro. 

Karina morreu no domingo (25) após dar entrada no Hospital Metropolitano de Belém, em Ananindeua. A polícia não detalhou mais informações sobre a morte da jovem, mas afirmou que “o caso é investigado sob sigilo pela Delegacia de Feminicídio (Dfem), vinculada à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam)”. 

A família da vítima não acredita na versão apresentada pelo ex-namorado, que é o principal suspeito do crime. Segundo a tia de Karina, Fernanda Chagas, 46, a biomédica tinha terminado recentemente o relacionamento com Davi Pessoa, que insistia em procurar pela vítima na residência onde morava. Na sexta-feira (23) e sábado (24) antes do crime, a vítima esteve na casa do suspeito, tendo avisado a mãe onde estava e que voltaria para própria casa à noite, o que não aconteceu. 

Ainda conforme a familiar, após o término, Karina estava muito bem de saúde, fazia academia e se apresentava uma pessoa feliz aos parentes, o que, segundo ela, não condiz com a informação de que ela teria tirado a própria vida. “Até quando vão nos matar e ficar impunes? Eles nos matam, estupram, nos agridem e ficam por isso mesmo. Nós não vamos nos calar, vamos lutar por justiça porque queremos saber a verdade. Não estamos acusando ninguém, mas queremos saber apenas a verdade, queremos entender o que aconteceu”, afirma Fernanda.  

Fotógrafo: Ricardo Amanajás – Diário do Pará

A dona de casa Dilma Alves, de 62 anos, se solidarizou pela família de Karina e pediu justiça pela morte da vítima. Ela é mãe de Andreia Simone, morta em 15 de agosto de 2013, aos 29 anos, pelo ex-namorado que não aceitava o fim do relacionamento. A medida protetiva contra o até então suspeito não surtiu efeito e ele a ameaçava de morte devido a separação. Depois de anos de luta pela condenação do ex-namorado de Andreia, o criminoso foi condenado a 30 anos de prisão, mas já se encontra em liberdade. 

A similaridade entre os casos foi o que fez a mãe de uma das vítimas de feminicídio apoiar a família e pedir justiça por Karina Santos. “Hoje eu quis vir para rua lutar com a família da Karina porque eu sei o que essa mãe está passando. Que esse caso não caia no esquecimento porque não foi só a minha filha e nem a filha dela, são muitas e muitas mães que perderam as suas filhas para essa mesma situação de violência feitas por homens que acham que a mulher é propriedade deles”, declarou Dilma Alves.   

Fotógrafo: Ricardo Amanajás – Diário do Pará