Com a realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 30) marcada para novembro de 2025, Belém (PA) já vive a expectativa da chegada do maior evento climático global. A preparação para a conferência, no entanto, vai muito além da organização do evento. Moradores da cidade, como dona Madalena Ramos da Silva, que vive nas proximidades do canal da Gentil, já começam a sentir os efeitos das obras que estão transformando a infraestrutura da capital paraense, melhorando a qualidade de vida e criando um legado para as futuras gerações.
“Antigamente, a gente não podia nem andar aqui. Esta região enchia demais, mas agora melhorou muito. Está ficando bonito o canal, agora nossa vida vai melhorar”, comemora dona Madalena, que, assim como outros moradores de Belém, celebra as mudanças trazidas pelas obras de macrodrenagem, que, com 59,5 quilômetros de rede de esgotamento sanitário, estão solucionando problemas históricos de alagamentos nas bacias do Una, Tamandaré e Tucunduba. Essas intervenções beneficiarão milhares de famílias, como a dela, que agora pode viver com mais conforto e segurança.
Obras que mudam a realidade local
Eraldo Silva, proprietário de uma oficina de máquinas de costura às margens do canal da Gentil, também percebe os benefícios das intervenções para a população local. “Era um igapó, tudo alagava. Agora, com essas obras, a vida vai melhorar. A lama vai ficar no passado!”, celebra. Com a pavimentação de ruas e a implementação de um sistema de drenagem eficaz, as condições de vida na região estão sendo radicalmente transformadas.
A transformação também afeta a mobilidade urbana. Evandro Moraes, morador da área há 35 anos, lembra-se bem das dificuldades que enfrentava ao tentar atravessar a lama em dias de chuva. “Cansei de chamar os vizinhos para desatolar o meu carro. Agora, as obras da COP 30 estão trazendo a esperança de uma vida melhor, com ruas mais pavimentadas e trânsito facilitado”, comemora.
Até o início da COP 30, cerca de 105 quilômetros de vias em 31 bairros de Belém e região metropolitana serão pavimentados, oferecendo à população um tráfego mais seguro e ágil. O governo do Pará também está investindo em importantes obras de mobilidade, como a conclusão do BRT metropolitano, a construção de cinco viadutos e a ampliação da Rua da Marinha, que criará um novo corredor urbano para diminuir os congestionamentos na região.
Geração de emprego e qualificação profissional
As obras preparatórias para a COP 30 também estão gerando novas oportunidades de emprego e qualificação para os paraenses. O programa Capacita COP 30 já capacitou milhares de pessoas, oferecendo 67 cursos gratuitos nas áreas de turismo, gastronomia, infraestrutura e segurança. Com a previsão de qualificar até 22 mil pessoas até a conferência, o programa tem mudado a vida de jovens e adultos em busca de uma nova oportunidade no mercado de trabalho.
Lucas Caio, de 16 anos, que faz parte do programa, acredita que o curso será um passaporte para o primeiro emprego. “Esse curso vai mudar minha vida. É a chance de abrir portas para um futuro melhor”, diz. Outros, como Gabriela Ferreira, vigilante que se forma na área de segurança, destacam como a qualificação pode abrir novas oportunidades e até uma promoção no emprego atual. “Com esse curso, posso me destacar e ter mais chances de crescer na minha área”, conta Gabriela.
Obras que deixam um legado
O impacto da COP 30 será sentido por muito tempo após o evento. A vice-governadora do Pará, Hana Ghassan, presidente do comitê estadual da conferência, destacou a importância das obras para a cidade e para o estado: “A COP 30 não será apenas um evento, mas uma grande transformação para Belém e para o Pará. Estamos investindo em infraestrutura de qualidade para criar um legado positivo para nossa população”. Com um orçamento de R$ 4 bilhões em 2024, os recursos são provenientes do Tesouro do Estado, Itaipu Binacional e do financiamento do BNDES.
Dentre as principais obras em andamento, destacam-se o Parque da Cidade, onde ocorrerá a conferência e que já está com 70% de suas obras concluídas, e o Porto Futuro II, um novo polo de lazer, gastronomia e bioeconomia, que vai fortalecer o turismo e a valorização da cultura amazônica. Esses projetos, além de garantir um evento de classe mundial, deixarão uma infraestrutura moderna e sustentável para Belém.
Transformação visível no cotidiano
Para Rafaela Lagoia, engenheira civil que trabalha nas obras do Porto Futuro II e no Parque da Cidade, a experiência de colaborar na preparação para a COP 30 é uma grande oportunidade. “É uma honra fazer parte dessa transformação. Eu sei que, no futuro, estarei trazendo minha família para aproveitar esses espaços que vão deixar um legado para todos”, conta Rafaela, que já imagina os futuros moradores e turistas desfrutando das novas instalações, como o parque, ciclovias e áreas de lazer.
Com o futuro sendo construído hoje, as obras da COP 30 em Belém não são apenas um marco para a cidade, mas um reflexo do compromisso do governo do Pará com o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida para seus cidadãos.
A cada obra concluída, a capital paraense se prepara para ser não só a sede de uma das conferências climáticas mais importantes do mundo, mas também um exemplo de desenvolvimento sustentável, urbanização inteligente e inclusão social. O futuro de Belém já está sendo construído, e ele é promissor para todos os paraenses.